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BALANÇO
Em 2002, banco havia registrado prejuízo de R$ 17,2 bi
Melhora de indicadores econômicos rende lucro de R$ 31,3 bilhões ao BC
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central teve um lucro
de R$ 31,3 bilhões em 2003, mas
esse resultado reflete apenas a
melhora dos indicadores econômicos que aconteceu no ano passado em relação ao ano de 2002. O
balanço do BC foi aprovado ontem pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
O lucro do primeiro semestre,
de R$ 24,2 bilhões, já foi transferido para o Tesouro Nacional. Do
lucro restante, o BC ficou com R$
1,8 bilhão para executar as suas
atividades. Outros R$ 5,3 bilhões
serão repassados para o Tesouro
dentro de dez dias.
Esses valores que são repassados para o Tesouro só podem ser
utilizados para abatimento da dívida pública. Na prática, porém, o
dinheiro fica depositado na conta
única do Tesouro porque o resgate da dívida depende de outras
condições, como a estratégia de
emissão de títulos do governo.
Em 2002, o BC teve um resultado negativo de R$ 17,2 bilhões
porque houve uma crise de confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar os
seus compromissos. Um dos motivos citados para essa crise foi a
eleição presidencial.
No ano passado, houve valorização do real de 18,23%. Com isso, o BC teve um lucro de R$ 18,6
bilhões com os contratos feitos
com o mercado para garantir cotações futuras do dólar. Outros R$
16,3 bilhões de lucro foram registrados pela valorização dos títulos
que estão na carteira do BC.
Com a Lei de Responsabilidade
Fiscal, o BC passou a ter restrições
para a emissão de títulos públicos.
Esse é um dos motivos pelos quais
o CMN autorizou que o BC ficasse
com uma parte dos lucros do ano
passado.
Como o BC tem mais ativos em
dólar do que dívidas e houve valorização do real, a correção cambial foi responsável por um prejuízo de R$ 9,7 bilhões no balanço.
Mas a remuneração das reservas
internacionais e dos títulos públicos gerou R$ 7,2 bilhões.
De acordo com o BC, quatro
bancos que receberam ajuda do
governo a partir de 1995 no Proer
(Programa de Apoio à Reestruturação Bancária) renderam cerca
de R$ 6 bilhões em 2003. A parte
saudável desses bancos foi vendida e a ruim foi liquidada pelo BC.
A administração de bancos em
liquidação rendeu um pouco no
ano passado, mas a dívida com o
BC ainda é de R$ 23 bilhões. O BC
não acredita que vá receber cerca
de R$ 6,6 bilhões desse total porque os créditos são classificados
de "duvidosos". Mas em 2002 esses créditos eram de quase R$ 9
bilhões.
Ao liquidar os bancos beneficiados com o Proer, o BC fica com as
dívidas, mas também com bens e
créditos da instituição. Quando
consegue receber parte dos créditos ou vender bens, os recursos
são usados para o pagamento das
dívidas, incluído o BC.
Outra forma de obter receita na
administração das instituições liquidadas é por meio da valorização de títulos e papéis que estavam na carteira de investimento
desses bancos.
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