São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

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VIZINHO

Valor, calculado com evolução aproximada do PIB, é o melhor em 5 anos

Argentina cresce 8,4% em 2003

CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES

A economia argentina sinaliza crescimento de 8,4% em 2003 em relação ao ano anterior. Se confirmado, será o primeiro resultado positivo em cinco anos. É o que indica o índice mensal de atividade econômica, aproximação da evolução do PIB (Produto Interno Bruto), divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do governo argentino.
No entanto, apesar do crescimento, a Argentina ainda não terá conseguido recuperar a queda no PIB sofrida nos anos de crise e que chegou a 10,9% em 2002, após quedas consecutivas desde 1999.
O Indec não divulgou que setores da economia mais impulsionaram o crescimento. Relatório divulgado em dezembro do ano passado, no entanto, apontou os setores de construção, com 29,5%, de indústria manufatureira, com 12,6%, e de agricultura, com 11,9%, como os que mais cresceram nos três primeiros trimestres do ano.
"Pensávamos que o crescimento ia ser de 8%, mas o número final deu 8,4%. É uma das maiores percentagens de aumento do PIB que a Argentina conseguiu nos últimos anos", disse o ministro da Economia, Roberto Lavagna, em conferência com o ministro da Economia alemão, Hans Eichel.
Falando como um mensageiro do G-7, o ministro Hans Eichel cobrou ontem que a Argentina melhore a proposta de reestruturação da dívida feita aos credores privados do país.
"A Argentina deve refletir se não pode dar um passo a mais na sua oferta. Não se pode gerar a percepção de que alguém faz uma oferta e não se pode negociar mais, que é um pacote fechado", afirmou.
"Todos deverão reconhecer que a Argentina tem que solucionar seus problemas de pobreza e a comunidade internacional quer ajudar a solucioná-los", disse o ministro, para depois reforçar a pressão: "Por mais que alguém esteja muito desconforme com as políticas do passado, não se pode suspender o cumprimento dessas obrigações. As regras da comunidade internacional devem ser aplicadas".
"É má-fé prometer aquilo que se sabe que não se pode cumprir", respondeu Lavagna, ratificando a posição do governo de que o desconto de 75% é o melhor que pode oferecer.
"Todos estamos dispostos a trabalhar com extrema seriedade e a prometer o que podemos cumprir", afirmou.


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