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VIZINHO
Valor, calculado com evolução aproximada do PIB, é o melhor em 5 anos
Argentina cresce 8,4% em 2003
CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES
A economia argentina sinaliza
crescimento de 8,4% em 2003 em
relação ao ano anterior. Se confirmado, será o primeiro resultado
positivo em cinco anos. É o que
indica o índice mensal de atividade econômica, aproximação da
evolução do PIB (Produto Interno Bruto), divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do governo argentino.
No entanto, apesar do crescimento, a Argentina ainda não terá
conseguido recuperar a queda no
PIB sofrida nos anos de crise e que
chegou a 10,9% em 2002, após
quedas consecutivas desde 1999.
O Indec não divulgou que setores da economia mais impulsionaram o crescimento. Relatório
divulgado em dezembro do ano
passado, no entanto, apontou os
setores de construção, com
29,5%, de indústria manufatureira, com 12,6%, e de agricultura,
com 11,9%, como os que mais
cresceram nos três primeiros trimestres do ano.
"Pensávamos que o crescimento ia ser de 8%, mas o número final deu 8,4%. É uma das maiores
percentagens de aumento do PIB
que a Argentina conseguiu nos últimos anos", disse o ministro da
Economia, Roberto Lavagna, em
conferência com o ministro da
Economia alemão, Hans Eichel.
Falando como um mensageiro
do G-7, o ministro Hans Eichel
cobrou ontem que a Argentina
melhore a proposta de reestruturação da dívida feita aos credores
privados do país.
"A Argentina deve refletir se
não pode dar um passo a mais na
sua oferta. Não se pode gerar a
percepção de que alguém faz uma
oferta e não se pode negociar
mais, que é um pacote fechado",
afirmou.
"Todos deverão reconhecer que
a Argentina tem que solucionar
seus problemas de pobreza e a comunidade internacional quer ajudar a solucioná-los", disse o ministro, para depois reforçar a
pressão: "Por mais que alguém esteja muito desconforme com as
políticas do passado, não se pode
suspender o cumprimento dessas
obrigações. As regras da comunidade internacional devem ser
aplicadas".
"É má-fé prometer aquilo que se
sabe que não se pode cumprir",
respondeu Lavagna, ratificando a
posição do governo de que o desconto de 75% é o melhor que pode oferecer.
"Todos estamos dispostos a trabalhar com extrema seriedade e a
prometer o que podemos cumprir", afirmou.
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