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Petróleo fecha acima de US$ 100 pela 1ª vez
Queda do dólar ante o euro, disputa entre Venezuela e EUA sobre a Exxon Mobil e explosão de refinaria pressionam cotação
Barril encerra a US$ 100,01 em NY, em alta de 4,7%, após também bater recorde
de negociação durante o pregão, cotado a US$ 100,10
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O petróleo fechou acima dos
US$ 100 o barril pela primeira
vez na história, com alta de
4,7% em Nova York. A commodity encerrou o dia cotada a
US$ 100,01, pressionada por
vários fatores, entre eles a queda do dólar e tensões entre Venezuela e Estados Unidos.
O barril chegou a ser negociado a US$ 100,10, também maior
cotação durante um pregão.
Foi a terceira vez que o barril
alcançou US$ 100.
O tipo Brent teve alta de
3,85%, fechando a US$ 98,56.
Segundo analistas, a lista de
pressões sobre o petróleo envolve questões estruturais, como a desvalorização do dólar
ante o euro e outras moedas,
que leva ao aumento da procura por matérias-primas.
"O complexo do petróleo está
sendo beneficiado pelo fluxo financeiro", diz Adam Sieminski,
economista-chefe de energia
do Deutsche Bank. "Os investidores estão procurando um lugar para aplicar seus recursos
sem ter que se preocupar com
"subprime" [crédito imobiliário
de alto risco] e ramos financeiros negativos."
Também há questões pontuais impactando o preço da
commodity, como a disputa entre a Venezuela e a Exxon Mobil pelo controle das jazidas e
refinarias da empresa no país.
Ontem, o governo da Venezuela propôs à petroleira americana a arbitragem do Banco
Mundial, abandonando ações
judiciais paralelas empreendidas pela empresa em tribunais
de Londres e Nova York.
A explosão em refinaria da
Alon USA no Texas, na segunda-feira, também ajudou a
pressionar os preços. O incidente paralisou uma unidade
com capacidade de produção
de 70 mil barris do óleo por dia,
e fontes da empresa dizem que
a interrupção poderá durar até
dois meses.
O mercado também está
preocupado com a possibilidade de corte na produção dos
membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de
Petróleo) no segundo trimestre, um período em que tradicionalmente há redução de
consumo. A entidade, que produz mais de 40% do petróleo
mundial, se reúne no dia 5 de
março, em Viena, de onde pode
sair uma definição.
"Certamente a Opep é um
dos fatores de apoio no mercado, já que diz que não aumentará a produção em sua reunião
no mês que vem", disse Eric
Wittenauer, analista da AG Edwards em St. Louis.
O aumento global no consumo de gasolina, na contramão
da tendência recente nos EUA,
também tem pressionado os
preços. A demanda norte-americana pelo combustível, reduzida em cerca de 50 mil barris
por dia, do total de 20 milhões
consumidos, foi compensada
pelo aumento da procura na
China, na Índia e em países
produtores de petróleo.
O preço da gasolina com entrega em março subiu para US$
2,60 o galão nos EUA.
No Brasil, a Petrobras tem dito que não elevará os preços
dos combustíveis baseada apenas em altas pontuais da cotação no mercado mundial.
Com agências internacionais
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