São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

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Petróleo fecha acima de US$ 100 pela 1ª vez

Queda do dólar ante o euro, disputa entre Venezuela e EUA sobre a Exxon Mobil e explosão de refinaria pressionam cotação

Barril encerra a US$ 100,01 em NY, em alta de 4,7%, após também bater recorde de negociação durante o pregão, cotado a US$ 100,10

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O petróleo fechou acima dos US$ 100 o barril pela primeira vez na história, com alta de 4,7% em Nova York. A commodity encerrou o dia cotada a US$ 100,01, pressionada por vários fatores, entre eles a queda do dólar e tensões entre Venezuela e Estados Unidos.
O barril chegou a ser negociado a US$ 100,10, também maior cotação durante um pregão. Foi a terceira vez que o barril alcançou US$ 100.
O tipo Brent teve alta de 3,85%, fechando a US$ 98,56.
Segundo analistas, a lista de pressões sobre o petróleo envolve questões estruturais, como a desvalorização do dólar ante o euro e outras moedas, que leva ao aumento da procura por matérias-primas.
"O complexo do petróleo está sendo beneficiado pelo fluxo financeiro", diz Adam Sieminski, economista-chefe de energia do Deutsche Bank. "Os investidores estão procurando um lugar para aplicar seus recursos sem ter que se preocupar com "subprime" [crédito imobiliário de alto risco] e ramos financeiros negativos."
Também há questões pontuais impactando o preço da commodity, como a disputa entre a Venezuela e a Exxon Mobil pelo controle das jazidas e refinarias da empresa no país.
Ontem, o governo da Venezuela propôs à petroleira americana a arbitragem do Banco Mundial, abandonando ações judiciais paralelas empreendidas pela empresa em tribunais de Londres e Nova York.
A explosão em refinaria da Alon USA no Texas, na segunda-feira, também ajudou a pressionar os preços. O incidente paralisou uma unidade com capacidade de produção de 70 mil barris do óleo por dia, e fontes da empresa dizem que a interrupção poderá durar até dois meses.
O mercado também está preocupado com a possibilidade de corte na produção dos membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) no segundo trimestre, um período em que tradicionalmente há redução de consumo. A entidade, que produz mais de 40% do petróleo mundial, se reúne no dia 5 de março, em Viena, de onde pode sair uma definição.
"Certamente a Opep é um dos fatores de apoio no mercado, já que diz que não aumentará a produção em sua reunião no mês que vem", disse Eric Wittenauer, analista da AG Edwards em St. Louis.
O aumento global no consumo de gasolina, na contramão da tendência recente nos EUA, também tem pressionado os preços. A demanda norte-americana pelo combustível, reduzida em cerca de 50 mil barris por dia, do total de 20 milhões consumidos, foi compensada pelo aumento da procura na China, na Índia e em países produtores de petróleo.
O preço da gasolina com entrega em março subiu para US$ 2,60 o galão nos EUA.
No Brasil, a Petrobras tem dito que não elevará os preços dos combustíveis baseada apenas em altas pontuais da cotação no mercado mundial.


Com agências internacionais

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