São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

NUNCA VISTOS
"Há 38 anos no mercado, nunca vi preços tão elevados." A afirmação é do funcionário de uma cooperativa e se referia aos valores das negociações da soja e seus derivados, ontem. De alta em alta, o primeiro contrato da oleaginosa atingiu US$ 14,10, fechando em US$ 13,99 em Chicago.

MUITOS MOTIVOS
A forte aceleração da soja em grãos tem muitos motivos. Um deles passa pela China, que está com problemas na safra de canola, o que significa importações maiores de óleo de soja. Os preços deste foram impulsionados, ainda, pelo petróleo, que rompeu a barreira de US$ 100 por barril, ontem.

COOPERAÇÃO BRASILEIRA
O Brasil também deu sua cooperação. A chuva impede a colheita, forçando a alta da soja em grãos. A alta internacional do milho também empurra a soja. Um desses dois produtos -o que estiver com melhor relação de preço- ganha a preferência dos norte-americanos, que iniciam o plantio em breve.

FUNDOS NA DISPUTA
A aceleração dos preços das commodities agrícolas passa, ainda, pela presença maior dos fundos de investimento no setor. Parte desses fundos trocou as ações por commodities, em vista das boas perspectivas trazidas pela aceleração da demanda e por biocombustíveis.

BRASIL ATRAENTE
Após colocar um volume recorde milho no mercado externo em 2007, o Brasil torna-se atraente para o produto paraguaio. Nas últimas semanas, centenas de caminhões estão cruzando a fronteira em direção ao Paraná, principal produtor brasileiro de milho. O preço de US$ 205 por tonelada é considerado bom pelos exportadores paraguaios.

ESTOQUE APERTADO
Leonardo Sologuren, analista de milho da consultoria Céleres, diz que esse movimento pode permanecer forte no primeiro trimestre, devido ao cenário interno de estoques baixos e preços elevados. Diminuirá, no entanto, com o avanço da safra nacional.

INTERCÂMBIO
A Costa Rica, que já importa 300 toneladas de sementes de capim por ano do Brasil, por meio de empresas privadas, quer aumentar esse intercâmbio entre a Embrapa Pecuária Sudeste e o Intta (Instituto Nacional de Transferência de Tecnologia Agropecuária), órgão do governo costarriquenho.

NOVA FÁBRICA
A John Deere inaugura, entre o final de abril e o início de maio, a nova fábrica de tratores em Montenegro, cidade próxima a Porto Alegre. A nova unidade, com previsão de produção de 15 mil tratores por ano, aguarda agenda do presidente Lula para a inauguração.


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