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Anatel também vai analisar mudança na telefonia móvel
Agência estuda "consolidação de vários serviços"
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações) não vai
limitar seus estudos sobre mudança na regulamentação do
setor a alterações que afetem
apenas a telefonia fixa. O presidente da agência, Ronaldo Sardenberg, disse que serão estudadas mudanças também na
área de telefonia móvel. "A intenção da Anatel é estudar tudo, de maneira conjunta."
Segundo Sardenberg, não necessariamente as propostas de
mudanças ficarão prontas ao
mesmo tempo. Se a proposta de
alteração do PGO ficar pronta
primeiro, por exemplo, poderá
ser implementada antes.
Na semana passada, o Ministério das Comunicações enviou
documento à agência propondo a supressão de artigos do
PGO (Plano Geral de Outorgas,
decreto que divide o país entre
as operadoras de telefonia fixa)
que impedem a compra de uma
concessionária de telefonia fixa
pela outra. Com a mudança, a
Oi (ex-Telemar) poderá comprar a Brasil Telecom.
O presidente da Anatel afirmou que, na sua avaliação, não
deverá haver resistência da
agência para aprovar esse pedido do governo. "Não falei ainda
com os outros integrantes do
conselho, mas avalio que não
deve haver", disse.
No mesmo documento, o ministério também recomendou
que a agência revisse "restrições regulatórias constantes
em outros atos normativos" para "permitir a consolidação da
operação de múltiplos serviços,
viabilizando a plena integração
de diferentes infra-estruturas
de rede e a convergência digital
em voz, vídeo e dados".
Segundo Sardenberg, essa segunda recomendação é que dá
margem a possíveis alterações
em regulamentações da telefonia móvel. Ele mencionou que
a Abrafix (Associação Brasileira das Concessionárias de Telefonia Fixa Comutada), em carta
enviada a agência no dia 8, também havia pedido alterações no
mercado de telefonia móvel.
Na carta enviada à Anatel, a
associação que reúne as operadoras de telefonia fixa argumentou que mudanças no PGO
poderiam "permitir consolidação de diferentes operadoras
necessárias à prestação eficiente de múltiplos serviços" no
mercado de telefonia móvel.
Restrições
No dia 29, em evento no Rio
de Janeiro, o ministro Hélio
Costa (Comunicações) havia
dito que as mudanças a serem
feitas na legislação poderiam
permitir a solução do "problema" da Net, da Telefônica, da
Embratel e da TIM.
A Embratel, do grupo mexicano Telmex, é acionista do sistema de TV a cabo Net Serviços, mas não pode ter o controle sobre as ações com direito a
voto, que permanece com as
Organizações Globo, porque há
uma lei, de 1995, que exige o
controle de capital nacional nas
TVs a cabo.
A Telefônica, citada pelo ministro, está impedida por normas da Anatel de participar do
controle acionário da TIM, por
ser acionista controladora da
Vivo. O grupo espanhol comprou participação no controle
acionário da Telecom Italia
(dona da TIM), na Europa, mas
não pode receber dividendos
nem participar das operações
da TIM no Brasil.
Prazos
Para José Fernandes Pauletti, presidente da Abrafix, as modificações no PGO a serem feitas pela Anatel não ficarão
prontas em menos de três meses. Ontem, Sardenberg não
deu prazo, mas disse esperar
que o processo de audiência
pública durasse 30 dias.
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