FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Receita Federal em São Paulo começou a cobrar ontem R$ 480 milhões de 400 empresas instaladas em São Paulo em razão de débitos de contribuições previdenciárias e Imposto de Renda.
Essas 400 empresas, principalmente dos setores de prestação de serviços, fabricação de máquinas e aparelhos elétricos, construção civil, couro e calçados, vestuário e acessórios e comércio atacadista, deram informações contraditórias ao fisco referentes ao ano de 2004.
Na declaração de pessoa jurídica, elas informaram que a folha de pagamento foi de R$ 800 milhões, mas, na declaração de contribuição previdenciária, o valor declarado foi de R$ 360 milhões. "Vamos atrás da diferença", diz Roseli Abe, delegada da Delegacia de Fiscalização da Receita em São Paulo.
A Receita Federal conseguiu identificar a diferença nos valores fornecidos porque as informações previdenciárias estão agora no banco de dados da Receita Federal, já que a Secretaria da Receita Previdenciária e a Secretaria da Receita Federal se uniram para formar a Receita Federal do Brasil.
As empresas suspeitas de serem devedoras do fisco foram identificadas com o cruzamento de informações de 28 mil contribuintes. Se considerados juros e multas, os débitos dessas 400 empresas podem chegar a R$ 1 bilhão.
As maiores discrepâncias nas informações das empresas foram constatadas nos setores de editoras e gráficas, de 373%; de seguro e previdência complementar, de 297%; de serviços sociais e saúde, de 272%, e de prestação de serviços, de 233%.
As empresas terão 30 dias para pagar os débitos ou para recorrer. Se ficarem comprovados a retenção de contribuição previdenciária do trabalhador e o não-repasse ao fisco, os responsáveis pelas empresas podem ser responsabilizados criminalmente.


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