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Deficit da Previdência cai 44% em janeiro
Queda dos gastos com sentenças judiciais contribuiu para a redução do rombo, que atingiu R$ 3,7 bilhões
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As contas da Previdência Social abriram o ano com queda
de 44% no deficit em relação ao
mesmo período de 2009. O saldo negativo atingiu R$ 3,7 bilhões, o que representa o melhor resultado para meses de
janeiro nos últimos dois anos.
O principal motivo para a redução do rombo previdenciário
foi a diminuição dos gastos com
sentenças judiciais. Em janeiro
do ano passado, a Justiça determinou o pagamento de R$ 3,2
bilhões em ações contra a Previdência. Em janeiro de 2008,
as decisões judiciais haviam somado R$ 2,4 bilhões. No mês
passado, esse valor se imitou a
R$ 225 milhões.
"Em janeiro de 2009 houve
um volume grande de decisões,
o que não se repetiu em janeiro
de 2010. Mas esperamos essas
despesas ainda para o primeiro
trimestre", disse o secretário de
Previdência Social, Helmut
Schwarzer.
Excluindo o efeito da redução das sentenças, a Previdência teria apresentado pequeno
aumento no deficit na comparação com 2009.
Em janeiro, a arrecadação líquida da Previdência alcançou
R$ 14 bilhões, um aumento de
12% em relação a igual mês de
2009. "O mercado de trabalho
contribuiu para isso, elevando
em R$ 500 milhões a arrecadação de contribuições das empresas, e houve ainda uma
maior adesão de empresas ao
Simples, o que elevou a receita
em R$ 1,5 bilhão", disse.
Quanto mais trabalhadores
são contratados, mais contribuições as empresas recolhem
ao INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social).
Para este ano, o governo estima um deficit de R$ 52 bilhões.
No ano passado, as contas fecharam com saldo negativo de
R$ 42,8 bilhões. Schwarzer
adiantou que o ministério deverá rever para baixo a projeção
para 2010 por conta, principalmente, da promessa de geração
recorde de empregos no ano.
Embora a redução das sentenças judiciais tenha derrubado os gastos em 7,2%, houve
pressão para elevação dos desembolsos. Em janeiro, uma
parte do aumento real do salário mínimo refletiu nas contas
da Previdência. Isso elevou os
gastos em R$ 370 milhões.
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