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MERCADO ABERTO
Senado questiona Banco Popular
O senador Tasso Jereissati
(PSDB-CE) convocou o
presidente do BPB (Banco
Popular do Brasil), Ivan
Guimarães, a depor na próxima
terça-feira na CAE (Comissão de
Assuntos Econômicos) para esclarecer os empréstimos realizados pela instituição. Para Jereissati, o BPB não tem exercido a
atividade para a qual foi criado,
que é ser o grande banco do microcrédito no Brasil.
Segundo Jereissati, o BPB foi
criado para ter papel semelhante
ao Banco Grameen, de Bangladesh, um dos pioneiros do microcrédito no mundo. O Grameen existe desde 1976 e concede
créditos às pessoas de baixa renda para tocarem pequenas atividades de subsistência. O BPB, de
acordo com Jereissati, financia o
consumo, exercendo o mesmo
papel que outros bancos. "Não
sei por que mais um banco público se a Caixa já faz esse papel",
questiona Jereissati.
As críticas do senador não param aí. Ele diz que os créditos do
BPB são subsidiados pelo Tesouro e considera excessivos os gastos do banco de R$ 23,9 milhões
em propaganda no ano passado,
quando os empréstimos somaram R$ 20 milhões.
O presidente do BPB, Ivan Guimarães, rebate todas as acusações. Segundo ele, quando o banco foi criado, nunca se falou em
microcrédito, e sim em microfinanças. "O nosso objetivo é exercer a inserção dos pobres no
mercado", afirma.
Guimarães nega que as operações sejam subsidiadas. Segundo
ele, apesar de o banco cobrar
apenas 2% ao mês de juros nos
empréstimos, o dinheiro utilizado para esses financiamentos é
do depósito compulsório que fica retido no Banco Central. Portanto, a custo zero.
Sobre os gastos em publicidade, ele diz que eles foram necessários no início para a implantação do banco. Para este ano, ele
diz que não houve ação de marketing e que o volume de crédito
já subiu para R$ 40 milhões.
NOVO FRONT
Depois da derrota na semana
passada em Nova York, Daniel
Dantas, do Opportunity, pode
sofrer novo revés. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
examina seriamente a possibilidade de punir os diretores do
Opportunity por não ter sido
divulgada a tempo a liminar
que suspendia a venda da Telemig Celular e da Amazônia Celular. A CVM ficou irritada
com a forma como o Opportunity divulgou o fato relevante,
depois de o Citigroup ter anunciado a suspensão do leilão de
venda das empresas. O Opportunity apenas informou ter tomado conhecimento do fato
relevante do Citi. A autarquia
considerou deboche. A pena
máxima dada pela CVM pode
chegar à inabilitação para atuar
no mercado por 20 anos.
SUSPENSE
Na sexta-feira passada, a
Anatel recebeu oito petições da
Brasil Telecom. O conteúdo
não foi informado. As suspeitas
são que o Opportunity tenha
dado início à disputa para reverter a derrota que sofreu para
o Citigroup em Nova York.
INTERCÂMBIO
Furlan está animado com os
resultados da viagem à Turquia. Ele considera que são
grandes as possibilidades de
intercâmbio comercial em
áreas consideradas prioritárias para o governo brasileiro.
EXPEDIÇÃO
A Bovespa parte nesta semana para sua mais ousada jornada pela popularização do mercado. O Bovmóvel percorrerá
as 36 unidades da Petrobras por
três meses para levar a Bolsa a
65 mil funcionários da estatal.
PROTEÇÃO
O logotipo da McDonald's foi
reconhecido pelo Inpi como
marca de alto renome no Brasil. Na prática, a proteção pode
aumentar em até 50% o valor
da pena pelo crime de violação
de marca registrada.
ESCALA E QUALIDADE
Os projetos de responsabilidade social desenvolvidos
por empresas brasileiras
precisam ganhar escala e
qualidade, diz Viviane Senna, há dez anos à frente do
Instituto Ayrton Senna.
"Não adianta criar projetos
para meia dúzia de crianças
quando há no país mais de
38 milhões de jovens precisando de auxílio."
Ela diz que o instituto firmou parceria com a Votorantim, a Vale do Rio Doce e
o governo do Estado de Sergipe para implantar programas educacionais que atenderão a 20 mil crianças só
neste ano. Os mesmos programas já são adotados em
outros cinco Estados, onde
atendem 500 mil crianças.
TIRO N'ÁGUA
Anúncios de fusões e aquisições
costumam ser acompanhados de expectativas de economia de custos
graças à eliminação de setores coincidentes das empresas envolvidas -é
a chamada sinergia. O resultado final,
no entanto, tem ficado distante do almejado, segundo mostra um levantamento da consultoria McKinsey com
ao menos 77 processos ocorridos em
2002 e seus desdobramentos.
Desse universo, 70% das companhias
atingiram no máximo 90% do que esperavam no momento da transação
-para mais de um quarto, esse índice não chega a 50%. Por essa razão, os
benefícios com fusões e aquisições
costumam ser maiores para quem é
adquirido do que para quem compra,
afirma a consultoria. Outro motivo é
que, na previsão dos gastos, menos
empresas erraram para cima os custos
que teriam com fusões e aquisições.
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