São Paulo, domingo, 20 de março de 2005 |
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FORMAÇÃO DE PREÇO Segundo estabelecimentos de ensino, mais da metade dos custos do setor é de gastos com pessoal Reajuste de salários gera alta, dizem escolas
DA SUCURSAL DO RIO Representantes de escolas e universidades privadas dizem que o reajuste de salários de funcionários foi o principal motivo de os cursos terem subido acima da inflação em 2003 e 2004. Isso acontece porque mais da metade (de 60% a 65%) dos custos de estabelecimentos de ensino é de gastos com pessoal. Eles informam ainda que outras variáveis que não são consideradas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), como bolsas de estudo, inadimplência e taxa de evasão, também pesam em suas planilhas de custo e influenciam os aumentos de mensalidades. De acordo com José Antonio Teixeira, presidente da Federação Nacional da Escolas Particulares, o INPC de abril de 2003 (data-base dos professores) foi tão elevado que o reajuste da categoria naquele ano teve de ser parcelado, o que afetou também as mensalidades do ano passado. Segundo ele, de 60% a 65% dos custos dos colégios são com mão-de-obra. No ano passado, os aumentos das mensalidades, diz, ficaram na casa dos 10% a 12%. Diretor financeiro do Colégio São Luís, um dos mais tradicionais de São Paulo, Jairo Cardoso diz que neste ano o menor reajuste dos salários permitiu uma alta mais branda da mensalidade. O colégio, ligado à ordem católica Companhia de Jesus, reajustou seus cursos em 11,3%. Em 2004, o percentual havia sido de 12,5%. Neste ano, diz Cardoso, as maiores fontes de pressão serão os aumentos dos serviços públicos, e não dos salários. O São Luís cobra mensalidade de R$ 1.108 no ensino médio e de R$ 1.025 da 5ª a 8ª no ensino fundamental. Da 1ª a 4ª, o valor é de R$ 850. Segundo Teixeira, que também é presidente do sindicato das escolas particulares do Rio, em áreas de maior poder aquisitivo do Rio as mensalidades chegam a R$ 520. No subúrbio e na Baixada Fluminense, afirma, são bem mais baratas -custam aproximadamente R$ 150. O Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo) informou que a medição do IBGE no caso dos cursos superiores sofre distorções, já que não leva em conta o número de alunos de cada curso (somente o preço) nem as bolsas de estudo. De acordo com a entidade, que representa universidades privadas de São Paulo, além dos custos com pessoal e manutenção, dois outros importantes fatores que não são considerados pelo IBGE interferem no valor das mensalidades: a evasão e a inadimplência. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Opinião econômica - Renato Junqueira: A BM&F e os riscos do dólar Índice |
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