|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo identifica focos de aquecimento
da Sucursal de Brasília
Dois setores estão com volume
de vendas considerado alto pela
equipe econômica: eletroeletrônicos e automóveis. Nos dois casos,
as vendas estão altas porque está
fácil pagar parceladamente.
Nesses dois setores o uso de
componentes importados é grande, o que pressiona as importações
e aumenta o déficit da balança comercial, considerado o calcanhar-de-aquiles do Plano Real.
Os dados recebidos pelo governo
do setor de eletroeletrônicos mostram que a venda de refrigeradores
subiu 17,15% no primeiro trimestre deste ano quando comparada
com janeiro a março de 1996.
As vendas de televisões em cores
aumentaram 13,32% no mesmo
período, e as de lavadoras automáticas, 29,21%. Os prazos de pagamento de até 36 meses e a oferta de
crédito facilitaram as vendas desses produtos, avaliam economistas do governo.
A situação se repete nos casos
dos veículos. Os dados da Anfavea
(Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores)
mostram que as vendas de carros
nacionais e importados aumentaram 21,1% de janeiro a março.
Foram vendidos 369,1 mil automóveis no primeiro trimestre de
1996 e 447,2 mil no mesmo período deste ano. No caso dos automóveis, o pagamento pode ser feito
em até 48 parcelas mensais.
A oferta de crédito aumentou
principalmente para as pessoas físicas. Segundo o BC, os empréstimos dos bancos para aquisição de
bens subiram 71,8% de outubro de
1996 até 23 de março último.
No mesmo período, o total de
empréstimos para pessoas físicas
passou de R$ 15,37 bilhões para R$
20,53 bilhões -alta de 33,57%.
``Ainda não é possível saber se o
crescimento setorial se manterá'',
disse o coordenador de Política
Monetária da Secretaria de Política
Econômica do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida Júnior.
A adoção de medidas de restrição é considerada no governo uma
questão de política econômica. Ou
seja, a decisão final cabe ao presidente Fernando Henrique Cardoso após ouvir a equipe econômica.
Na equipe, ainda não há certeza
da necessidade de medidas de restrição ao crédito porque o aquecimento não é generalizado.
Colaborou a Redação
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|