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Preços das linhas caem 42%
da Redação
Os preços das linhas telefônicas
negociadas no mercado informal
de São Paulo não param de cair
desde junho do ano passado.
Em um ano a queda está em
42,5%, considerando a média de
dez linhas bem comercializadas. A
pesquisa semanal dos preços é feita pelo Datafolha.
Em abril de 96 o preço médio
dessas linhas era de R$ 4.345. Neste
mês já está em R$ 2.500.
A queda é vertiginosa, mas o
mercado ainda resiste.
Edmon Rubies, da Bolsa de Telefones, acha que só daqui a uns quatro anos, se tudo correr bem, a
oferta vai atender a toda a demanda por telefone fixo, que exige cabos pelas ruas.
A oferta que deve crescer mais
rapidamente é a do celular.
Na opinião dele, hoje não existe
melhor negócio do que ter um telefone e alugá-lo porque a receita
mensal corresponde de 5% a 7%
do valor da linha.
Acontece que o capital, no caso a
linha, está se desvalorizando mês a
mês. "Mas quem não vendeu a R$
3.000, por que venderia a R$
2.000?", argumenta Rubies.
A queda mais recente dos preços,
segundo ele, está relacionada ao
anúncio de que uma linha original
de telefone fixo vai custar apenas
R$ 300,00 a partir de maio.
Acontece, analisa Rubies, que
muitos estão certos de que terão a
linha rapidamente. Quando perceberem que a instalação vai demorar dois anos ou mais, como antes,
a procura tende a voltar. Quem
precisa não pode esperar, diz.
Essa expectativa, acrescenta,
também está levando muitas pessoas a alugar uma linha, em vez de
comprar. Mas Rubies ainda acha
melhor adquirir a linha.
Ele dá um exemplo: nos Jardins
(bairro classe A em São Paulo), um
telefone pode ser comprado por
R$ 2.065 à vista ou em 25 parcelas
de R$ 141. Um aluguel de linha sai
por R$ 130 ao mês, uma diferença
de apenas R$ 11.
A compra de um celular também
é opção. Os preços variam de R$
2.200 a R$ 3.500, segundo Rubies,
dependendo do aparelho que vem
junto com o direito de uso.
O problema é a conta no final do
mês. Ligações idênticas durante
um mês resultam em despesa de
R$ uns 35 no telefone fixo para R$
150 no celular, calcula ele.
Outro motivo de depreciação
dos preços, afirma Rubies, está na
oferta feita por poucas empresas
que obtiveram liminar para vender linhas antes de cumpridos os
18 meses exigidos pela Telesp. "É
uma aberração que beneficia meia
dúzia", reclama ele.
Tudo isso explica uma situação
paradoxal, avalia Rubies: as linhas
continuam em falta e os preços estão em queda.
(GJC)
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