DA SUCURSAL DO RIO

A Companhia Vale do Rio Doce vai adquirir, em conjunto com a siderúrgica japonesa Mitsui, a mineradora de ferro Caemi.
O negócio foi possível porque a Mitsui, que já possui 40% das ações ordinárias da mineradora, exerceu o direito de preferência sobre a participação dos irmãos Guilherme e Mário Frering, que têm 60% do bloco de controle da empresa.
A Mitsui vai adquirir a participação e repassar 50% da empresa para a Vale, que irá desembolsar US$ 280 milhões na operação.
Com o acordo com a Mitsui, a Vale faz um gol em uma de suas principais concorrentes no mercado mundial de minério de ferro, a BHP.
A empresa australiana havia firmado contrato de compra das ações dos Frering, no valor de US$ 332 milhões. Mas a venda dependia da decisão da Mitsui, que preferiu exercer o direito de preferência e fechar o negócio com a Vale. A Mitsui levou a parte dos Frering pelo mesmo valor ofertado pela BHP.
As negociações tanto da Vale como da BHP com a Mitsui se arrastaram por quase três meses.
Para a Vale, a Caemi é estratégica porque impede o avanço da rival no país e consolida sua posição de líder no mercado externo.
A Vale sozinha tem 21,2% do mercado mundial de ferro, enquanto a BHP, em terceiro lugar no ranking, possui 13,7%. A Caemi, na quinta posição, tem 5,5% das vendas de minério no mundo.
Junto dos ativos de ferro da Caemi -a mina MBR, em Minas Gerais-, Vale e Mitsui vão adquirir uma pelotizadora no Canadá e 34% da MRS Logística, que controla 1.600 quilômetros de ferrovias em Minas, São Paulo e Rio.
Além da Caemi, a Vale negocia com o grupo alemão Thyssen a compra de outra mineradora no Brasil, a Ferteco, que tem 4,1% do mercado de ferro no mundo.
Para as aquisições, a Vale tem em caixa o dinheiro da venda de 50% da empresa de papel e celulose Bahia Sul, negociada no começo do ano com a Suzano por US$ 320 milhões.


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