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SOB NOVA DIREÇÃO
Após desistência de francês, cresce apoio para a indicação de Rato, ex-ministro das Finanças da Espanha
Espanhol deve assumir o comando do FMI
DA REDAÇÃO
O espanhol Rodrigo Rato, 55, é
o virtual novo diretor-gerente do
FMI (Fundo Monetário Internacional). Ex-ministro das Finanças
da Espanha, Rato tem o apoio dos
EUA, dos países latino-americanos e, mais decisivo, conta com o
respaldo da maioria dos países da
União Européia.
Em seus 60 anos de história, o
FMI sempre teve um europeu no
comando. Desde a renúncia do
alemão Horst Köhler, no mês passado, o principal cargo da instituição vem sendo ocupado interinamente pela número dois, a norte-americana Anne Krueger, vice-diretora-gerente.
Rato era um dos principais ministros do gabinete do ex-primeiro-ministro José María Aznar, cujo partido saiu derrotado nas eleições do mês passado, após os
atentados de 11 de março em Madri. Com formação em direito, o
espanhol promete ser mais político e diplomático do que propriamente um burocrata técnico à
frente do Fundo.
Rato conta com a simpatia da
América Latina porque tem sido
um dos principais interlocutores
entre os países da região e o G7 (os
sete mais ricos do planeta). Tal
diálogo decorre da grande presença de empresas espanholas na
região e ganhou relevo após o colapso da Argentina em 2001.
A Argentina e o Brasil são hoje
os dois principais devedores ao
Fundo. Sua principal tarefa deverá ser dar solução para o impasse
entre o governo argentino e os
credores privados internacionais.
Rato não esconde que tem ambição de ser o primeiro-ministro
do seu país, mas tal projeto deverá
permanecer engavetado, até pela
derrota de seu partido nas eleições. Filiou-se em 79 à Aliança
Popular, que, em 89, tornou-se o
Partido Popular, à direita no espectro partidário europeu.
O caminho para a indicação de
Rato ao FMI ficou livre após o outro postulante ao cargo, o francês
Jean Lemierre, ter abandonado a
disputa para permanecer por
mais quatro anos na direção do
Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento. Lemierre
era o nome predileto para a França e para a Alemanha.
Sem nenhum outro candidato
na disputa, o nome de Rato deverá ser aprovado rapidamente. Ontem mesmo ele esteve reunido
com o ministro francês das Finanças, Nicolas Sarkozy, para discutir
diretrizes para o Fundo.
Fundo aos 60
A indicação de Rato poderá ser
confirmada ainda nesta semana,
durante a reunião de primavera
do FMI, em Washington. O espanhol assumirá a instituição no
momento em que ela comemora
os 60 anos de sua fundação.
O FMI foi criado em 1944, no
Acordo de Bretton-Woods, sob a
missão de dar maior estabilidade
às finanças globais. Mas o Fundo
só entrou em operação de fato em
março de 1947.
Rato deixou o gabinete do Ministério das Finanças espanhol na
semana passada, após oito anos
no cargo. O país registrou sucessivos anos de crescimento no período, mas a taxa de desemprego
permanece entre as mais elevadas
do bloco econômico.
Fluente em inglês, Rato fez um
curso de MBA (Master of Business Administration) na Universidade da Califórnia, em Berkeley.
Como ministro, adotou reformas
liberais, abrindo os setores de
energia e telecomunicações à
competição. Esteve à frente também da implantação do euro.
Com agências internacionais
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