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São Paulo, terça-feira, 20 de maio de 2003

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MERCADO TENSO

Declaração de John Snow faz Bolsas européias despencarem; Bovespa perde 3,62% e risco sobe 3,1%

Cenário externo piora e dólar volta a R$ 3

Patricia Santos/ Folha Imagem
A vice-diretora-gerente do FMI, Anne Krueger, na Fiesp


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O cenário externo adverso aumentou a cautela no mercado e fez o dólar fechar com alta expressiva de 1,87%, vendido a exatos R$ 3,00. A valorização da moeda norte-americana foi mais uma vez acompanhada pelas perdas dos C-Bonds e da Bovespa. Desde o último dia 6, o dólar não fechava na casa dos R$ 3,00.
O dia ruim nos mercados internacionais e as más perspectivas em relação ao desempenho das maiores economias do mundo abalaram diretamente os negócios locais. Um crescimento mundial menor pode resultar em fluxo de capital mais modesto para os países emergentes. A Bovespa perdeu 3,62%, e os C-Bonds, títulos mais negociados da dívida brasileira, recuaram 1,7%, para US$ 0,8700. O risco-país subiu 3,1%, para 833 pontos.
A declaração de John Snow, secretário do Tesouro norte-americano, de que a queda do dólar diante de outras moedas se trata de um "modesto realinhamento" sacudiu o mercado.
Na Europa, as Bolsas despencaram. A Bolsa de Frankfurt, a que mais sofreu, registrou tombo de 4,63%. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou com baixa de 2,14%. O euro voltou a subir com força diante do dólar.
O dólar abriu pressionado e seguiu negociado em alta diante do real durante todo o dia de ontem. A venda de C-Bonds foi forte, como na quinta-feira passada.
Para Carlos Kawall, economista-chefe do Citibank, o cenário externo foi decisivo para a queda dos C-Bonds e a alta do dólar. "Os C-Bonds já tinham acumulado uma alta espetacular. Com a crescente preocupação com a economia mundial, é normal haver uma realização de lucros."
O dólar chegou a perder força com a entrada de recursos da Petrobras. Mas voltou a subir com a compra feita pela própria estatal, segundo operadores do mercado. Ou seja, a Petrobras teria conseguido ganhar vendendo dólares a um preço mais elevado e os recomprando por menor valor logo depois.
No mês, o dólar acumula alta de 3,06%. Mas, no ano, a moeda dos EUA tem baixa de 15%. Além do cenário externo, o mercado trabalhou atento à reunião do Copom que definirá o rumo dos juros.


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