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FREIO GLOBAL
Mas Schröder discorda do FMI, que vê deflação para o país neste ano
Alemanha prevê crescer ainda menos
MARCELO DIEGO
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
A Alemanha, maior economia
da Europa e que tecnicamente enfrenta sua segunda recessão em
dois anos, reviu sua previsão de
crescimento para este ano, de 1%
para 0,75%. Ao mesmo tempo, o
governo diz não acreditar que o
país caminha para uma deflação e
fará um esforço com seus parceiros do G8 para promover medidas de fortalecimento da economia mundial.
O país começou o ano prevendo
crescer 1,5% em 2003. Logo em janeiro, diante da perspectiva da invasão americana ao Iraque, reviu
essa estimativa para 1%. Agora,
trabalha com uma expectativa de
que o PIB do país suba apenas
0,75% no ano -o que seria, porém, um avanço em relação à expansão de 0,2% no ano passado.
A culpa, segundo o governo alemão, é muito da situação mundial. "A economia teve um motor
forte nos últimos anos, que eram
os Estados Unidos, mas eles não
estão mais tendo o desempenho
desejado. Há muito o Japão atravessa dificuldades. É preciso promover uma ação coordenada para que esses países retomem o desenvolvimento e o crescimento de
suas economias", disse Caio
Koch-Weser, brasileiro (nasceu
em Rolândia, no Paraná) que hoje
ocupa o cargo de vice-ministro
das Finanças da Alemanha.
Segundo ele, a reunião do G8
(grupo dos sete países mais ricos
do mundo, além da Rússia), no
próximo mês, na França, vai discutir medidas que devem ser tomadas pelos seus membros para
fortalecer a economia mundial.
"Ainda estamos num período
de grandes incertezas, mas não
vejo o risco de uma recessão global, e sim de um crescimento menor do que o esperado para este
ano", disse. "Para mudar isso,
precisamos de uma melhor performance dos países mais ricos."
Segundo ele, é importante que
os países europeus desenvolvam
reformas no setor de Previdência,
de direitos trabalhistas e de tributos. Outra preocupação é com a
reforma do sistema financeiro japonês, afastando concretamente
o risco de quebradeira de instituições bancárias.
"E que os Estados Unidos balanceiem suas contas externas e
fiscais. O corte de impostos que
eles pretendem fazer precisa ser
sustentável a médio prazo."
Schröder
Ao mesmo tempo em que o vice-ministro diz não acreditar numa queda conjunta das principais
economias do mundo, o primeiro-ministro Gerhard Schröder dizia não concordar com os termos
do comunicado do FMI (Fundo
Monetário Internacional), que
alertava para a possibilidade de a
Alemanha viver uma deflação
neste ano.
Schröder, segundo as TVs da
Alemanha, conversou com o seu
conselheiro econômico, Wolfgang Wiegard, e classificou o comunicado do FMI de "exagerado", dizendo não ver risco de deflação para o país. A inflação alemã em abril foi negativa em 0,3%
em abril (na comparação com
março). Em 12 meses, o índice
acumula alta de apenas 1%. Para
termos de comparação, a inflação
dos países da zona do euro no
mesmo período foi de 2,1%.
O jornalista Marcelo Diego viaja a convite da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha e do governo alemão
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