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Juro real sobe pela 1ª vez em cinco meses
DA REPORTAGEM LOCAL
A desaceleração da inflação fez
com que, em abril, a taxa real de
juros brasileira subisse pela primeira vez em cinco meses. A variação foi mínima, de acordo com
pesquisa da consultoria GlobalInvest: de 3,6% ao ano, em março,
para 3,7% ao ano, mês passado.
O resultado veio acompanhado
de uma advertência. De acordo
com projeções da consultoria, caso o BC não baixe a taxa Selic, os
juros reais continuarão a subir e o
Brasil retomará em setembro o
topo do ranking entre os países
com os maiores juros reais do
mundo. O Brasil ocupa hoje o oitavo lugar na lista que considera
os juros de 40 países.
O cálculo da taxa de juros real
considera a taxa nominal de juros
estabelecida pelo Banco Central
mensalmente, acumulada nos últimos 12 meses, e desconta a inflação registrada no período.
Dessa forma, confirmada a tendência de queda da inflação nos
próximos meses, a taxa de juros
reais sofrerá efeito contrário, ou
seja, será impulsionada.
Se o Banco Central mantiver os
juros básicos nos atuais 26,5% ao
ano, a GlobalInvest prevê que, em
maio, o Brasil subirá para a sexta
posição no ranking, com juros
real de 4,1% e, em dezembro, a taxa estaria em 12,4%, o maior nível
desde desde abril de 2000 (12,2%).
No mês passado, a primeira posição no ranking geral dos juros
reais seguiu sendo da Turquia,
com taxa de 10,4% ao ano. A Polônia aparece em segundo, com taxa real de 8,3% ao ano. Em terceiro na lista está a Indonésia (6,5%)
e, em quarto, a Rússia (6,1%).
Desde que a pesquisa começou
a ser realizada, em abril de 1998, o
Brasil é o único país que sempre
se manteve entre os oito primeiros colocados do ranking.
A taxa de juros real média dos
emergentes presentes na pesquisa
estava em 2,7% em abril -um
ponto percentual abaixo da brasileira. A confrontação com os juros reais de países desenvolvidos é
ainda mais desfavorável: a taxa
média deles foi de 0,6% ao ano no
mês passado.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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