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São Paulo, terça-feira, 20 de maio de 2003

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Juro real sobe pela 1ª vez em cinco meses

DA REPORTAGEM LOCAL

A desaceleração da inflação fez com que, em abril, a taxa real de juros brasileira subisse pela primeira vez em cinco meses. A variação foi mínima, de acordo com pesquisa da consultoria GlobalInvest: de 3,6% ao ano, em março, para 3,7% ao ano, mês passado.
O resultado veio acompanhado de uma advertência. De acordo com projeções da consultoria, caso o BC não baixe a taxa Selic, os juros reais continuarão a subir e o Brasil retomará em setembro o topo do ranking entre os países com os maiores juros reais do mundo. O Brasil ocupa hoje o oitavo lugar na lista que considera os juros de 40 países.
O cálculo da taxa de juros real considera a taxa nominal de juros estabelecida pelo Banco Central mensalmente, acumulada nos últimos 12 meses, e desconta a inflação registrada no período.
Dessa forma, confirmada a tendência de queda da inflação nos próximos meses, a taxa de juros reais sofrerá efeito contrário, ou seja, será impulsionada.
Se o Banco Central mantiver os juros básicos nos atuais 26,5% ao ano, a GlobalInvest prevê que, em maio, o Brasil subirá para a sexta posição no ranking, com juros real de 4,1% e, em dezembro, a taxa estaria em 12,4%, o maior nível desde desde abril de 2000 (12,2%).
No mês passado, a primeira posição no ranking geral dos juros reais seguiu sendo da Turquia, com taxa de 10,4% ao ano. A Polônia aparece em segundo, com taxa real de 8,3% ao ano. Em terceiro na lista está a Indonésia (6,5%) e, em quarto, a Rússia (6,1%).
Desde que a pesquisa começou a ser realizada, em abril de 1998, o Brasil é o único país que sempre se manteve entre os oito primeiros colocados do ranking.
A taxa de juros real média dos emergentes presentes na pesquisa estava em 2,7% em abril -um ponto percentual abaixo da brasileira. A confrontação com os juros reais de países desenvolvidos é ainda mais desfavorável: a taxa média deles foi de 0,6% ao ano no mês passado. (JOSÉ ALAN DIAS)


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