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PRODUÇÃO
Principal medida da "MP do bem" livra de PIS e Cofins investimento que destine 80% ou mais da produção para o exterior
Governo anuncia suspensão de tributos
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) anunciou
formalmente ontem um conjunto
de cinco medidas voltadas para o
fortalecimento da indústria, sobretudo as empresas exportadoras. Conforme a Folha já havia
noticiado, a principal delas prevê
a suspensão do pagamento de PIS
e Cofins sobre novos investimentos que destinem 80% ou mais da
produção para o exterior.
Segundo o ministro, essa medida representará de 12% a 20% de
redução de custo sobre os investimentos e ajudará o país a atrair
capitais estrangeiros direcionados à produção. Furlan disse que
não se trata de isenção fiscal e que,
mencionando o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, não haverá
perda de arrecadação.
Lula teria dito, segundo Furlan,
que "ninguém abre mão daquilo
que não tem". Ou seja, como os
benefícios valerão somente para
novos investimentos, o governo
não perderia arrecadação sobre
operações industriais já em atividade. "Sem esse incentivo, poderíamos perder esses investimentos para outros países", ressaltou.
As iniciativas, qualificadas por
Furlan de "MP do bem", constarão de medida provisória que será
assinada por Lula somente após a
viagem que fará, na semana que
vem, ao Japão e à Coréia do Sul. A
idéia inicial era que fosse editada
antes da viagem, mas ele explicou
que faltavam alguns pontos a serem acertados. Assim, os técnicos
dos ministérios da Fazenda, do
Desenvolvimento e do Planejamento terão tempo para concluir
os últimos ajustes.
O ministro, que integrará a comitiva de Lula, disse que mesmo
assim já apresentará as novas medidas aos empresários japoneses e
sul-coreanos como atrativos da
economia brasileira.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, calcula-se que os
países em desenvolvimento receberão US$ 330 bilhões em investimentos estrangeiros diretos de
2004 a 2008.
As medidas foram anunciadas
durante reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido como
Conselhão e integrado por governo, empresários e sindicalistas.
Lula ainda teria ontem um jantar
com os integrantes do Conselhão.
As medidas
Na verdade, os incentivos à exportação foram divididos em dois
blocos. Pelo primeiro, as empresas não recolherão PIS e Cofins
sobre a compra de máquinas,
equipamentos e instrumentos a
serem usados em novos projetos
que destinem 80% ou mais de
suas vendas anuais ao mercado
externo.
Isso vale tanto para empresas
que queiram iniciar atividade no
país como para aquelas no mercado interno já instaladas que façam
novos investimentos produtivos.
Pelo segundo bloco, o mesmo
benefício valerá, por cinco anos,
para empresas exportadoras de
programas de computador e de
prestação de serviços de tecnologia da informação.
Um terceiro ponto prevê outros
incentivos fiscais para micro, pequenas e médias empresas ligadas
ao desenvolvimento de novas tecnologias. Os detalhes só deverão
ser anunciados com a edição da
MP após a viagem de Lula.
No ano passado, governo permitiu que os créditos tributários
relativos a PIS, Cofins e CSLL gerados pela depreciação de equipamentos pudessem ser abatidos
dos impostos a pagar num prazo
de dois anos, e não mais em quatro, como valia anteriormente.
Essa concessão, contudo, acabava
neste ano. Para a CSLL, o governo
estendeu o prazo até 2006. Para
PIS e Cofins, tornou o prazo de
dois anos definitivo.
A última medida foi a confirmação do programa batizado de PC
Conectado, pelo qual será zerada
a cobrança de PIS e Cofins sobre a
comercialização de microcomputadores para o consumidor final
com preço de até R$ 2.500.
Furlan anunciou também o envio de um projeto de lei ao Congresso que prevê uma séria de
medidas para reduzir a burocracia para criar a fechar empresas
no país.
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