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Após Copom, dólar atinge novo piso
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do Copom (Comitê
de Política Monetária) não foi
considerada uma surpresa. Mesmo assim, o mercado financeiro
reagiu à nova elevação da taxa básica de juros, que foi aos 19,75%
anuais. A Bovespa perdeu 0,28%.
O dólar caiu a seu menor valor em
três anos.
A decisão do Copom movimentou especialmente o mercado de
juros futuros da BM&F, onde as
taxas tiveram alta generalizada. O
número de contratos DI -que
seguem as taxas interbancárias-
negociados no pregão de ontem
alcançou os 753 mil, cifra 46%
maior que o dia anterior. No pregão de quarta-feira, havia crescido o número de investidores que
apostavam na manutenção da Selic. No contrato mais negociado, o
DI com resgate na virada do ano,
a taxa foi de 19,40% para 19,60%.
O dólar recuou 0,49% e fechou a
R$ 2,448, menor valor desde maio
de 2002. Com taxas de juros mais
altas no país, ganha força a tese de
que pode aumentar a entrada de
capital especulativo estrangeiro
-movimento que amplia a oferta de moeda e, conseqüentemente, derruba a cotação do dólar.
A divulgação da segunda prévia
de maio do IGP-M, que registrou
deflação de 0,09%, não foi suficiente para animar o mercado.
Segundo análise feita pela LCA
Consultores, o IGP-M pode encerrar maio próximo de variação
zero. "Mas os índices devem acelerar em junho e julho, pressionados sobretudo pelos impactos da
entressafra", avalia a consultoria.
Mais uma elevação da taxa Selic
foi interpretada por analistas como sinal de que o BC realmente
está mais preocupado com a meta
de inflação do que com a taxa de
câmbio. "Como esperamos uma
queda significativa da inflação em
maio, entendemos que, salvo uma
alteração drástica dos cenários, o
BC deve interromper a alta da Selic no próximo mês", afirma Silvio
Campos Neto, economista do
banco Schahin.
Sem sinais de que o BC voltará a
atuar no mercado, a moeda americana pode recuar ainda mais,
avaliam analistas. O Ibovespa
chegou a perder 1,48%. A ação
preferencial da Tele Leste Celular
foi a que mais caiu (-7,84%).
Dívida pública
O aumento de juros decidido
anteontem pelo Banco Central terá um impacto de aproximadamente R$ 1,3 bilhão na dívida pública ao longo dos próximos 12
meses -caso os juros não sejam
alterados nesse período.
O impacto da Selic na dívida é
forte porque a maior parte dos títulos públicos emitidos pelo governo federal é atrelada diretamente a essa taxa. Segundo dados
do Tesouro Nacional, os papéis
do governo em circulação no
mercado somavam R$ 873,83 bilhões no mês passado. Desse total,
R$ 511,18 bilhões -ou 58,5%-
são corrigidos pela Selic.
(FABRICIO VIEIRA)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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