São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 2005

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Remessas de lucros crescem 50% até abril

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As remessas de lucros e dividendos ao exterior registraram um crescimento de 50,24% nos quatro primeiros meses deste ano na comparação com igual período de 2004. Segundo o BC, foram remetidos US$ 3,666 bilhões de janeiro a abril de 2005 contra US$ 2,440 bilhões no ano passado.
Em quatro meses, as remessas de lucros e dividendos para o exterior representaram 49,96% dos US$ 7,338 bilhões enviados para fora do país em todo o ano passado. Em fevereiro, com o envio de US$ 1,348 bilhão, o país já havia registrado saída líquida recorde. No mês passado as remessas ficaram em US$ 1,284 bilhão, alta de 56% em relação à saída líquida de US$ 823 milhões de abril de 2004.
No quadrimestre, a remessa de lucros e dividendos correspondeu a 56% de todo o investimento direto estrangeiro que ingressou no país nesse período, que ficou em US$ 6,528 bilhões, segundo o BC.

Investimento
Graças à fusão da AmBev com a belga Interbrew, o volume de investimento estrangeiro direto recebido pelo Brasil mais que dobrou entre março e abril. De um mês para o outro, o ingresso de capital externo para o país passou de US$ 1,402 bilhão para US$ 3,038 bilhões.
Dos US$ 3,038 bilhões recebidos em abril, porém, US$ 1,384 bilhão se refere à venda da participação de acionistas minoritários da AmBev para a Interbrew. O negócio faz parte do acerto feito entre as duas empresas no ano passado, quando foi anunciada a fusão das cervejarias.
Naquela ocasião, ficou decidido que os acionistas minoritários que não quisessem participar da fusão poderiam vender ações para os controladores. Outra opção seria trocar ações da AmBev por ações da Interbrew.
Ainda assim, para o Banco Central, responsável pela apuração dos dados sobre investimentos estrangeiros no país, o resultado do mês passado foi "altamente positivo", mesmo se descontado o dinheiro referente à operação da AmBev. Sem essa transação, o fluxo de capital externo para o Brasil teria ficado em US$ 1,654 bilhão.
O BC estima que o Brasil deva receber US$ 16 bilhões em investimentos estrangeiros diretos no ano -o que significaria um ingresso médio de cerca de US$ 1,3 bilhão/mês. Até abril, essa média mensal ficou em US$ 1,632 bilhão.
Neste mês, porém, já há uma redução nos investimentos das empresas estrangeiras. Até ontem, essas aplicações totalizavam apenas US$ 350 milhões, devendo, nas contas do BC, chegar a US$ 700 milhões até o final do mês.


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