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Setor elétrico afeta conta de investimentos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os investimentos estrangeiros na produção do país somaram US$ 790 milhões no mês
passado -resultado que retrata queda forte em relação ao
mesmo mês do ano passado
(74%) e em relação ao mês de
março (51%).
De acordo com o chefe do
Departamento Econômico do
Banco Central, Altamir Lopes,
o resultado é o pior desde setembro do ano passado e foi influenciado pela retirada de investimentos estrangeiros no setor elétrico.
Segundo Lopes, até o último
dia 16 deste mês, os investimentos estrangeiros em maio
somavam aproximadamente
US$ 760 milhões. A perspectiva
para o fechamento do mês é de
investimentos da ordem de
US$ 1,4 bilhão.
Nos quatro primeiros meses
do ano, os investimentos diretos no país chegaram a US$
4,748 bilhões, 26,7% a menos
do que o registrado no mesmo
período do ano passado.
Para o fechamento do ano, o
Banco Central trabalha com a
previsão de US$ 18 bilhões de
investimento estrangeiro no
país. A previsão, a mesma do
mês de março, não foi alterada
mesmo após o mau desempenho de abril.
Elétricas
A saída de investidores estrangeiros do setor elétrico é
contabilizada como "retorno
de investimento estrangeiro direto". No total, no mês de abril,
o retorno de investimento soma cerca de US$ 742 milhões,
sendo US$ 630 milhões (85%)
relativos ao segmento de eletricidade.
O técnico do Banco Central
não citou os casos específicos
no setor, mas disse que eles foram "amplamente noticiados".
Os mais recentes são a compra
da distribuidora Light pela Cemig e a pulverização de ações
da distribuidora Cemar, do
Maranhão.
A Light, distribuidora de
energia que atende à região
metropolitana do Rio de Janeiro, era controlada pela empresa
francesa EDF e foi vendida para
um consórcio formado por Cemig (distribuidora e geradora
estatal do governo de Minas
Gerais), Andrade Gutierrez e
Pactual Energia por US$ 319,81
milhões.
Já a Cemar, distribuidora de
energia do Maranhão, era controlada pelo fundo GP (onde
estavam alguns investidores estrangeiros). As ações da empresa foram pulverizadas em
Bolsa e, com isso, a participação de investimento estrangeiro diminuiu.
A Light foi privatizada em
1996. Entrou em crise com a
desvalorização cambial de 1999
e com a redução de consumo
causada pelo racionamento de
energia (junho de 2001 a fevereiro de 2002), além de problemas de má gestão.
Já a Cemar havia sido comprada por um grupo norte-americano que abandonou a
companhia por conta dos prejuízos causados com o racionamento. A empresa teve de passar por um processo de intervenção da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) até
que se encontrassem novos interessados.
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