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TRANSPORTES
Trabalhadores protestam contra decisão de tribunal na BA
Operação-padrão reduz ritmo
de trabalho em todos os portos
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos
Trabalhadores de todos os portos brasileiros iniciaram ontem
uma operação-padrão para reduzir a velocidade da movimentação
de cargas nos navios, informou a
Federação Nacional dos Portuários.
A operação é um protesto contra
decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) na Bahia, que retirou dos sindicatos de portuários
do Estado e concedeu ao Ogmo
(Órgão Gestor da Mão-de-Obra) o
direito de escalar os trabalhadores
e determinar o número de homens
de cada turma.
O presidente da Federação Nacional dos Portuários, José Peres
César, afirmou ontem que as três
federações nacionais de trabalhadores dos portos (portuários, estivadores e avulsos) estão ingressando no TST (Tribunal Superior
do Trabalho) com um pedido de
efeito suspensivo da decisão.
Os trabalhadores temem que a
sentença da Bahia motive decisões
semelhantes em outras partes do
país. "Se aconteceu lá (na Bahia), pode acontecer em todo o
Brasil. Isso temos claro", afirmou
Peres César.
Segundo ele, a operação-padrão
foi deflagrada nos 42 portos marítimos e fluviais brasileiros, que
reúnem 45 mil trabalhadores, com
prazo indeterminado.
"Há cem anos fazemos a escalação. Sabemos quem é especializado e quem não é, e não discriminamos o trabalhador. A escalação
do Ogmo não tem regras, não sabemos como vai ser feita", declarou o sindicalista.
No porto de Santos (SP), o maior
do país, o movimento começou às
7h de ontem. Havia 26 navios atracados e outros 16 na barra à espera
de autorização para atracar.
A velocidade da movimentação
de carga na operação-padrão é
menor porque os portuários vão
aplicar com rigor as normas de segurança do trabalho indicadas pela legislação, informou Antonio
do Pinho, diretor do Sindicato dos
Estivadores de Santos.
Segundo a Codesp (administradora do porto) e o Sopesp (sindicato das empresas operadoras), o
movimento de cargas em Santos
não sofreu alteração ontem, apesar da operação-padrão.
"Os navios estão operando
com regularidade. Ainda não deu
para sentir os reflexos disso", afirmou José Manuel da Silva, vice-presidente do Sopesp.
Os portuários dizem que houve
casos de navios em que, em vez de
embarcar 30 contêineres, foram
embarcados só três.
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