VANESSA ADACHI
da Reportagem Local

O Banco Itaú comprou ontem o Banco del Buen Ayre, na Argentina, por US$ 225 milhões.
Com isso, a instituição brasileira mais que dobra suas atividades no país vizinho, onde já possui um banco desde 1995, passando a ocupar a 12ª posição no ranking local.
"Nossa meta é, em alguns anos, estar entre os cinco maiores bancos na Argentina", disse Roberto Setubal, presidente do Itaú.
Setubal estava ontem em Buenos Aires para a assinatura do contrato. Agora serão feitas as auditorias de praxe na instituição argentina e a compra deverá ser finalizada entre agosto e setembro.
O valor a ser pago poderá variar em torno dos US$ 225 milhões, dependendo do resultado das auditorias. Setubal adiantou que o banco está "muito bem".
Um indício disso é que o Itaú está pagando, inicialmente, mais que o dobro do valor patrimonial do Buen Ayre, de US$ 97 milhões.
Segundo ele, a instituição só foi colocada à venda porque o patriarca da família Garfunkel, controladora, faleceu no ano passado.
"Fizemos um grande esforço para comprá-lo porque ele combina muito com o Itaú argentino, voltado para pessoas físicas e concentrado na região metropolitana de Buenos Aires", disse Setubal.
Os dois bancos somam cerca de US$ 900 milhões de ativos (US$ 511 milhões do Buen Ayre e US$ 383 milhões do Itaú), o que os coloca como 12º maior banco argentino, segundo a Ernst & Young.
O Itaú passa a ter 132 mil clientes e a maior rede de caixas eletrônicos de Buenos Aires, 330. A soma das 32 agências do Itaú com as 90 do Buen Ayre forma a quinta maior rede da capital portenha.
Setubal informou que apenas depois de um a dois anos de consolidação o Itaú partirá para nova fase de expansão. Segundo ele, não há interesse, por enquanto, em outros países da América Latina.
No ano passado, o Itaú Argentina teve um prejuízo de, aproximadamente, US$ 10 milhões, que Roberto Setubal atribuiu aos investimentos para expansão. O Buen Ayre lucrou US$ 10 milhões.
Segundo Paulo Feldmann, diretor da Ernst & Young, o Itaú é considerado um dos bancos mais modernos da Argentina. "Ele cresceu rapidamente, tem uma imagem muito boa e gestão moderna."
Para ele, "o negócio deve mostrar aos demais bancos brasileiros que está na hora de se mexer e partir para o Mercosul".
O Itaú é o único banco brasileiro a constituir um banco na Argentina. O Bradesco estaria planejando fazer o mesmo.




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