São Paulo, quarta, 20 de maio de 1998

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MERCADO FINANCEIRO
Juros cedem e Bolsa de São Paulo sobe

da Reportagem Local

Com a maior calma nos mercados financeiros russos e a decisão do banco central dos EUA, de não alterar as taxas de juros norte-americanas, a Bolsa de Valores de São Paulo subiu ontem 1,35%.
Os juros brasileiros também cederam, mas ainda não voltaram ao patamar de antes da crise russa. Mesmo após o "efeito Rússia", os investidores esperam que a TBC, a taxa básica de juros, a ser definida hoje na reunião do Comitê de Política Monetária, fique entre 22,75% e 22,00% ao ano. Hoje, a TBC está em 23,25%.
Estima-se que o banco central da Rússia tenha sido forçado, além de elevar os juros de 30% para 50%, a vender US$ 700 milhões de suas reservas internacionais para conter um ataque especulativo contra o rublo. Foi bem sucedido.
Ontem, o rublo se valorizou contra o dólar e a bolsa russa subiu. O governo russo estreitou a faixa informal de variação do rublo, num sinal claro de conservadorismo na política cambial.
Para os investidores internacionais, o risco dos chamados "mercados emergentes", nos quais o do Brasil e o da Rússia estão incluídos, caiu. Os C-bonds , títulos da dívida externa brasileira renegociada, tiveram alta em suas cotações, passando de 77,63% de seu valor de face para 78,375%.
O fato de o Federal Reserve, banco central dos EUA, ter mantido as taxas de juros do país em 5,5% estimulou o mercado brasileiro mais do que o de Nova York.
As declarações do ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, de que a privatização da Telebrás deve acontecer em julho contribuiu para animar os investidores. Os papéis PN (sem direito a voto) da Telebrás subiram 2,82%, mas os ON (com direito a voto) caíram 1,44%.
No mercado de juros, as taxas cederam. O Banco Central tentou leiloar cerca de 4 bilhões de LTNs, Letras do Tesouro Nacional, papéis que pagam juros prefixados. Mas acabou não aceitando as taxas de juros oferecidas pelos bancos, mais um indício de que deve reduzir os juros hoje.
O mercado de câmbio também se acalmou, mas só à tarde. Pela manhã, o dólar comercial para compra ficou em torno de R$ 1,1490, mas acabou fechando em R$ 1,1476, perto do novo piso da minibanda. O Banco Central brasileiro desvalorizou o real em 0,1%. (CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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