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MERCADO FINANCEIRO
Juros cedem e Bolsa de São Paulo sobe
da Reportagem Local
Com a maior calma nos mercados financeiros russos e a decisão
do banco central dos EUA, de não
alterar as taxas de juros norte-americanas, a Bolsa de Valores de
São Paulo subiu ontem 1,35%.
Os juros brasileiros também cederam, mas ainda não voltaram ao
patamar de antes da crise russa.
Mesmo após o "efeito Rússia", os
investidores esperam que a TBC, a
taxa básica de juros, a ser definida
hoje na reunião do Comitê de Política Monetária, fique entre
22,75% e 22,00% ao ano. Hoje, a
TBC está em 23,25%.
Estima-se que o banco central da
Rússia tenha sido forçado, além de
elevar os juros de 30% para 50%, a
vender US$ 700 milhões de suas
reservas internacionais para conter um ataque especulativo contra
o rublo. Foi bem sucedido.
Ontem, o rublo se valorizou
contra o dólar e a bolsa russa subiu. O governo russo estreitou a
faixa informal de variação do rublo, num sinal claro de conservadorismo na política cambial.
Para os investidores internacionais, o risco dos chamados "mercados emergentes", nos quais o
do Brasil e o da Rússia estão incluídos, caiu. Os C-bonds , títulos
da dívida externa brasileira renegociada, tiveram alta em suas cotações, passando de 77,63% de seu
valor de face para 78,375%.
O fato de o Federal Reserve, banco central dos EUA, ter mantido as
taxas de juros do país em 5,5% estimulou o mercado brasileiro mais
do que o de Nova York.
As declarações do ministro das
Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, de que a privatização da Telebrás deve acontecer
em julho contribuiu para animar
os investidores. Os papéis PN (sem
direito a voto) da Telebrás subiram 2,82%, mas os ON (com direito a voto) caíram 1,44%.
No mercado de juros, as taxas
cederam. O Banco Central tentou
leiloar cerca de 4 bilhões de LTNs,
Letras do Tesouro Nacional, papéis que pagam juros prefixados.
Mas acabou não aceitando as taxas
de juros oferecidas pelos bancos,
mais um indício de que deve reduzir os juros hoje.
O mercado de câmbio também
se acalmou, mas só à tarde. Pela
manhã, o dólar comercial para
compra ficou em torno de R$
1,1490, mas acabou fechando em
R$ 1,1476, perto do novo piso da
minibanda. O Banco Central brasileiro desvalorizou o real em
0,1%.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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