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Empresa anuncia hoje um novo
pacote de encomendas de aviões
DA REPORTAGEM LOCAL
A Embraer vai anunciar hoje,
no Salão Aeroespacial de Le Bourget, na França, um dos maiores
pacotes de encomendas de aviões
da empresa neste ano. Diretores
da Embraer e analistas financeiros estão animados com o ritmo
das vendas, mas dizem que existem poucas chances de a empresa
repetir o desempenho de 2000.
A razão é que o mercado de
aviação é muito sensível às variações da economia mundial. Como os Estados Unidos e a Europa
estão desacelerando, e o Japão
continua em recessão, não há
perspectiva de desempenho tão
bom como o do ano passado.
Em Le Bourget, uma das principais feiras de aviação do mundo, a
grande aposta da Embraer são
seus modelos de jatos executivos
com mais de 50 lugares, ERJ 170
(70 passageiros) e ERJ 190 - 200
(108 lugares). Esses modelos foram lançados em 1999, mas é em
Le Bourget que a Embraer começa a fazer seu principal teste de
mercado.
"Em termos de volumes de encomendas, daqui para a frente teremos um volume maior da nova
família de jatos em comparação
ao que vinha sendo contratado
das famílias antigas", disse Maurício Botelho, presidente da Embraer.
Atualmente, a Embraer concentra suas vendas em modelos menores, com até 50 lugares (ERJ 135
e ERJ 145). Mas decidiu lançar jatos maiores e entrar numa nova
rota de concorrência.
"A Embraer vai enfrentar empresas que não eram suas concorrentes diretas, como a Boeing e a
Airbus", diz José Antônio Paiva
Filho, analista da consultoria Lopes Filho. "Le Bourget será um
teste importante."
A Bombardier, principal concorrente da Embraer, também está embarcando nesse mercado,
com seus novos CRJ 700 e CRJ
900, ambos com mais de 50 lugares. Na avaliação de analistas, a
briga entre Embraer e Bombardier será a grande sensação da feira de Le Bourget.
"Meu palpite é que essa feira será como a de dois anos atrás: os
fabricantes de jatos regionais vão
roubar o show mais uma vez",
disse Hoard Wheeldon, analista
da Prudential-Bache Securities,
em Londres.
Fábio Zagatti, analista de investimentos do HSBC Investment
Bank no Brasil, avalia que a estratégia da Embraer é manter o ritmo de produção em torno de 20
aviões por mês e, gradualmente,
trocar os modelos mais antigos,
de até 50 lugares, por aviões mais
novos.
Essa seria uma maneira de aumentar a receita sem mexer no
ritmo de produção, uma vez que
os jatos maiores também são mais
caros. A Embraer tem tempo para
fazer a troca. Segundo Zagatti, as
encomendas já confirmadas equivalem a seis anos de produção.
"A Embraer está com uma carteira de encomendas muito consistente", diz Zagatti. "O melhor
sinal disso é que a procura por
ações da empresa superou as expectativas."
Ontem, foi anunciado o resultado da venda das ações preferenciais da empresa, realizada na semana passada. Foram vendidos
papéis no valor de US$ 750 milhões, contra uma expectativa de
US$ 600 milhões.
Outra novidade divulgada ontem pela Embraer foi a associação
com outro fabricante de aviões, a
italiana ATR, para vendas por
meio de um portal na Internet. A
empresa também anunciou a primeira venda do Legacy, um jato
executivo para empresas.
Com agências internacionais
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