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NOVA DIREÇÃO
Convite foi de Malan
Cantidiano volta à presidência da CVM
DA SUCURSAL DO RIO
O advogado Luis Leonardo Cantidiano, 53, será o novo presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A Folha apurou que ele aceitou o convite feito,
na semana passada, pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan. Ele assumirá o cargo assim que for sabatinado pelo Senado.
Cantidiano será o 15º presidente
em 25 anos de história da CVM,
mas o primeiro com mandato fixo de cinco anos, conforme determina a nova Lei das Sociedades
Anônimas. A transição no comando da entidade já começou,
de modo informal, pois o futuro
presidente já está se reunindo
com o atual, José Luiz Osório, para conhecer os problemas e as
prioridades da casa.
Formado em direito pela antiga
Universidade do Estado da Guanabara, Cantidiano foi diretor da
CVM de março de 1990 a fevereiro do ano seguinte. Atualmente, é
sócio de um dos mais conhecidos
escritórios de advocacia comercial do Rio, o escritório Motta,
Fernandes Rocha Associados,
que atende grandes empresas.
Se a indicação for confirmada
pelo Senado, ele terá de se desligar
do escritório, embora possa continuar como sócio.
Com a nova Lei das S.A., a CVM
adquiriu uma estrutura semelhante a das agências reguladoras.
A diretoria, composta por quatro
membros, terá mandato fixo. Como o vencimento dos mandatos
não podem coincidir, e Cantidiano assumirá com cinco anos de
gestão pela frente, a primeira diretoria nomeada com aprovação
do Senado terá mandatos com
vencimento escalonado de um a
quatro anos, para permitir a renovação anual de um diretor.
Desde o início do ano, José Luiz
Osório -que é cunhado do presidente do BC, Armínio Fraga- vinha manifestando vontade de
deixar a presidência da CVM.
Cantidiano deverá se declarar
impedido de julgar processos de
investigação na CVM que envolvam seus ex-clientes do escritório
de advocacia. Um desses casos é o
processo de investigação de supostas irregularidades na superintendência de Relações com Empresas, aberto em março.
O então superintendente, Fábio Fonseca, cedido à CVM, foi devolvido ao BC e três gerentes foram afastados. O afastamento do grupo estaria ligado a problemas enfrentados pelo grupo Suzano para aprovar a cisão das atividades de petroquímica e celulose.
Cantidiano, que assessorou a Suzano no processo, teve de recorrer ao presidente da CVM para conseguir a aprovação, quatro dias antes do término legal. Pessoas próximas a Cantidiano dizem que ele já afirmou que vai se declarar impedido para participar do julgamento deste processo.
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