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COMENTÁRIO
Crise também ameaça credibilidade do governo Bush
DE WASHINGTON
A crise dos mercados latino-americanos ameaça não apenas investimentos de bancos e de empresas dos EUA na região. Também está em jogo a credibilidade do secretário do Tesouro dos EUA, Paul O'Neill, que conduziu sua estratégia para a região baseado na tese de que o risco de contágio é uma "ficção intelectual", um mito criado durante o governo Bill Clinton para justificar megapacotes de ajuda.
Ao fechar as portas do FMI (Fundo Monetário Internacional) para a Argentina, O'Neill e seu braço direito, o subsecretário para assuntos internacionais, John
Taylor, apostaram que a quebra daquele país não afetaria as economias vizinhas.
Também disseram que quaisquer problemas com a economia norte-americana -como a vergonha corporativa pós-Enron- só afetariam países que não tivessem adotado medidas saudáveis, como o câmbio flexível e o rigor fiscal.
Embora vários economistas sustentem que o Brasil sofre há um ano os efeitos da crise na Argentina, sinais mais visíveis de contágio apareceram recentemente, tendo como fonte locais e motivos variados. Bancos norte-americanos, com exposição no
Brasil estimada em US$ 27 bilhões
em dezembro de 2001 (esse valor
deve ter caído sensivelmente desde então), punem companhias da
região por prejuízos enormes que
sofreram em falências como as da
Enron.
Para termos uma idéia da filosofia da atual administração norte-americana, O'Neill, já empossado, disse que bombeiros e encanadores americanos são os verdadeiros financiadores do FMI e não merecem que seus recursos sejam entregues a governos corruptos. Antes de assumir o posto, Taylor
propôs a abolição do Fundo.
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