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FUNDOS
Selic estável frustra mercado
Renda fixa pode perder devido à decisão do BC
ISABEL CAMPOS
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a manutenção da taxa Selic em 18,5% ao ano, os juros no mercado futuro subiram expressivamente, o que poderá afetar negativamente alguns fundos de renda fixa. A decisão do Copom de não alterar a Selic frustrou boa parte
dos operadores do mercado e sua reação imediata foi adequar suas
posições. Isso fez disparar os juros no mercado futuro.
Mas perdas acumuladas dos
fundos DI, de renda fixa e de previdência diminuíram nos últimos
dias. Segundo dados do site Fortuna as perdas dos DI, desde o início das novas normas de contabilização, recuaram de 0,76%, em
média, para 0,36% até o último
dia 17. Os fundos de previdência,
que no final de maio perdiam
1,13%, estão perdendo 1% e os
renda fixa saíram de uma rentabilidade de -1,40% para -0,95%.
Segundo Emanuel Pereira da
Silva, diretor da Gap Asset Management, na hora do anúncio do
Copom a taxa do contrato de janeiro de 2003, que era de 22,70%,
saltou para 24%.
Para os fundos de renda fixa,
que carregam títulos prefixados,
altas dos juros, principalmente
inesperadas, sempre podem provocar perdas. Os DI não são afetados pelos juros futuros.
O raciocínio é o seguinte: vamos
supor que a carteira do fundo tenha um título que pague 22% ao
ano. Quando a taxa sobe para
24%, o título se desvaloriza para
se adequar ao novo patamar.
Recomposição
O processo de redução das perdas dos fundos começou na semana passada. Dados do site Fortuna mostram que no dia 13 os
renda fixa já acumulavam ganho
de 0,06%, enquanto os DI (-0,02)
e os de previdência (0,01%) ainda
giravam no vermelho.
Os fundos que sofreram mais
no início da "marcação a mercado" (a contabilidade diária do valor dos títulos em carteira) são os
que apresentam recuperação
mais expressiva. É o caso dos fundos da Caixa Econômica Federal e
Nossa Caixa, por exemplo.
"O que fez as cotas dos fundos
apresentarem resultados melhores foram os leilões de recompra
de LFTs [Letras Financeiras do
Tesouro" pelo Banco Central", diz
Wilson Risolia, diretor da CEF.
Segundo Risolia, como o deságio dos títulos nesses leilões foi
baixo, de 0,13% para os que vencem em 2003, quem provisionou
perdas nos fundos de acordo com
o deságio máximo de 0,18%, como a CEF, teve um ganho de 0,05
ponto percentual após os leilões.
"Quem resgatou a aplicação nos
primeiros dias após o ajuste ficou
com o prejuízo. Quem ficou já recuperou parte das perdas", diz
Segundo ele, com mais uma ou
duas semanas de calmaria e os
fundos mantendo cotas diárias no
azul, o fluxo de recursos deve voltar. Até o dia 17 continuavam os
saques: os DI perderam R$ 5,4 bilhões e os renda fixa R$ 7,1 bilhões
desde o dia 29.
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