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MERCADO EM TRANSE
Consumo de importados continua alto e exportações sobem menos; cresce o saldo do Brasil com o país
Déficit de US$ 37,6 bi é recorde nos EUA
DA REDAÇÃO
O déficit dos EUA em suas transações com o exterior subiu para
US$ 37,64 bilhões em maio, o
maior já registrado pelo país. A
inflação, ao menos, segue sob
controle, o que deverá evitar que o
Federal Reserve (banco central
norte-americano) aumente a taxa
de juros no momento.
De acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, os norte-americanos mantêm elevado
seu apetite por produtos importados. Por outro lado, as vendas aos
outros países continuam estagnadas, por causa da baixa demanda
nos principais parceiros comerciais dos EUA, o que explica o
agravamento do buraco nas balanças de comércio e serviços. Em
abril, o rombo havia sido de US$
36,14 bilhões.
Em maio, as importações dos
norte-americanos cresceram
1,8%, para US$ 118,3 bilhões. Já as
exportações cresceram apenas
0,7%, para US$ 80,6 bilhões.
O mês em que os EUA ampliaram seu saldo negativo com o exterior coincide com a aceleração
da queda do dólar ante o euro. O
atual tamanho do déficit significa
que o país precisa de uma entrada
diária de US$ 1,2 bilhão em investimentos para que a moeda norte-americana não se desvalorize.
Com os investidores estrangeiros deixando os EUA, por causa
do choque de credibilidade representado pelos escândalos contábeis e da perspectiva de lucros pequenos nos próximos meses, o
dólar começou a perder valor. Na
segunda-feira, 1 passou a valer
mais do que US$ 1 pela primeira
vez desde janeiro de 2000.
O déficit norte-americano está
em torno de 4% do PIB (Produto
Interno Bruto, a soma de bens e
serviços produzidos em um ano).
Tal nível, para os outros países,
significa uma grande dificuldade
de financiamento. Mesmo para os EUA, demonstra vulnerabilidade, como revela a desvalorização do dólar em relação ao euro, ao iene e à libra esterlina nos últimos quatro meses.
No mês passado, a inflação ao consumidor nos EUA foi de apenas 0,1%. Em maio, a taxa tinha sido de 0,2%.
Brasil melhora
O Brasil conseguiu ampliar seu superávit com os Estados Unidos em maio. O país exportou aos norte-americanos US$ 260 milhões mais do que importou. Em
abril, o saldo havia ficado positivo em US$ 140 milhões.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o saldo brasileiro ficou positivo em US$ 534 milhões. O número é inferior ao de igual período do ano passado,
quando o superávit era de US$ 678 milhões.
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