São Paulo, sábado, 20 de julho de 2002

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MERCADO EM TRANSE

Mercado europeu fecha uma das piores semanas desde a crise russa com perdas de cerca de 5%

Crise nas teles agrava perdas na Europa

DA REDAÇÃO

As 300 maiores empresas européias perderam cerca de 200 bilhões em valor de mercado ontem, como consequência das dramáticas quedas nos valores das ações. As Bolsas do continente encerraram uma de suas piores semanas desde a crise russa (1998) com perdas em torno de 5%.
As ações da sueca Ericsson caíram 18%. A companhia, uma das maiores fabricantes de equipamentos para telecomunicações do mundo, informou ontem que entrou no sétimo trimestre consecutivo de prejuízo e cortará mais 5.000 funcionários, devido à falta de uma perspectiva de melhora nos investimentos no setor.
O índice FTSE Eurotop 300, composto pelos maiores grupos do continente, recuou 4,8% ontem. Trata-se da segunda maior queda registrada em um único dia neste ano. Na semana, o índice caiu 5,5% e bateu no pior nível desde outubro de 1998.
"Os mercados precisam de uma direção e, mais do que tudo, confiança", afirmou Roland Lescure, diretor da corretora CDC Ixis Asset. "O mercado está barato, mas isso não quer dizer que começará a subir. Ainda levará tempo para que isso ocorra." Lescure continuou: "Não compro a idéia de que os preços das ações caíram mais 20% ou 30%. Mas, no curto prazo, tudo pode acontecer."
A Bolsa de Paris caiu 5,4% ontem, com as ações da Alcatel puxando as perdas, com queda de 12,5%. O índice CAC 40 esteve perto de encerrar a semana no menor nível em quatro anos.
"Há uma grande desconfiança, sem que se dissipem as dúvidas sobre as contabilidade das companhias. Os investidores estão evitando riscos", disse Arnaud Faller, administrador de fundos da CPR Gestion, em Paris. "A psicologia está guiando o mercado, e não é uma boa psicologia."
Em todo o mundo, as ações da empresas de telecomunicações estão entre os maiores perdedores. O setor passou por um excesso de investimento durante os boom dos anos 1999 e 2000 e agora enfrenta um duro ajuste, o que derrubou os lucros e provocou o corte de milhares de funcionários.
A Bolsa de Madri teve um pregão nervoso ontem. Seu principal índice caiu 4,9%, o maior tombo desde o dia 14 de setembro. Na semana, as perdas chegaram a 23% e a Bolsa caiu ao nível mais baixo em quase cinco anos.
A Bolsa de Frankfurt desabou 5,09%, exterminado os ganhos das duas sessões anteriores. Em Londres, a queda foi de 4,63%.
As Bolsas asiáticas refletiram os maus resultados dos EUA no dia anterior e também caíram. O índice Nikkei, de Tóquio, caiu 2,36%. A Bolsa de Hong Kong recuou 1,22%.



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