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MERCADO EM TRANSE
Mercado europeu fecha uma das piores semanas desde a crise russa com perdas de cerca de 5%
Crise nas teles agrava perdas na Europa
DA REDAÇÃO
As 300 maiores empresas européias perderam cerca de 200 bilhões em valor de mercado ontem, como consequência das dramáticas quedas nos valores das
ações. As Bolsas do continente encerraram uma de suas piores semanas desde a crise russa (1998)
com perdas em torno de 5%.
As ações da sueca Ericsson caíram 18%. A companhia, uma das
maiores fabricantes de equipamentos para telecomunicações
do mundo, informou ontem que
entrou no sétimo trimestre consecutivo de prejuízo e cortará mais
5.000 funcionários, devido à falta
de uma perspectiva de melhora
nos investimentos no setor.
O índice FTSE Eurotop 300,
composto pelos maiores grupos
do continente, recuou 4,8% ontem. Trata-se da segunda maior
queda registrada em um único dia
neste ano. Na semana, o índice
caiu 5,5% e bateu no pior nível
desde outubro de 1998.
"Os mercados precisam de uma
direção e, mais do que tudo, confiança", afirmou Roland Lescure,
diretor da corretora CDC Ixis Asset. "O mercado está barato, mas
isso não quer dizer que começará
a subir. Ainda levará tempo para
que isso ocorra." Lescure continuou: "Não compro a idéia de que
os preços das ações caíram mais
20% ou 30%. Mas, no curto prazo,
tudo pode acontecer."
A Bolsa de Paris caiu 5,4% ontem, com as ações da Alcatel puxando as perdas, com queda de
12,5%. O índice CAC 40 esteve
perto de encerrar a semana no
menor nível em quatro anos.
"Há uma grande desconfiança,
sem que se dissipem as dúvidas
sobre as contabilidade das companhias. Os investidores estão
evitando riscos", disse Arnaud
Faller, administrador de fundos
da CPR Gestion, em Paris. "A psicologia está guiando o mercado, e
não é uma boa psicologia."
Em todo o mundo, as ações da
empresas de telecomunicações
estão entre os maiores perdedores. O setor passou por um excesso de investimento durante os
boom dos anos 1999 e 2000 e agora enfrenta um duro ajuste, o que
derrubou os lucros e provocou o
corte de milhares de funcionários.
A Bolsa de Madri teve um pregão nervoso ontem. Seu principal
índice caiu 4,9%, o maior tombo
desde o dia 14 de setembro. Na semana, as perdas chegaram a 23%
e a Bolsa caiu ao nível mais baixo
em quase cinco anos.
A Bolsa de Frankfurt desabou
5,09%, exterminado os ganhos
das duas sessões anteriores. Em
Londres, a queda foi de 4,63%.
As Bolsas asiáticas refletiram os
maus resultados dos EUA no dia
anterior e também caíram. O índice Nikkei, de Tóquio, caiu
2,36%. A Bolsa de Hong Kong recuou 1,22%.
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