São Paulo, sábado, 20 de julho de 2002

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TRABALHO

Sobre mês anterior ocorreu pequeno crescimento

Emprego industrial registrou a sexta queda consecutiva em maio

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O emprego industrial no Brasil registrou em maio deste ano a sexta queda consecutiva em relação ao mesmo mês do ano anterior. A retração foi de 1,6%, segundo o IBGE. Nos cinco primeiros meses do ano, a queda acumulada é de 1,7%.
Na comparação com abril deste ano, houve em maio um aumento de 0,4% no pessoal ocupado, a terceira variação positiva nesta forma de comparação. Em relação a fevereiro, o crescimento foi de 1,3%.
Como a pesquisa é relativamente nova (menos de dois anos), os técnicos do IBGE consideram que a comparação mês a mês não é adequada para medir a situação do mercado, por não ser ainda possível retirar de cada mês os fatores típicos (sazonais).
Segundo a técnica Isabella Nunes Pereira, para que a variação mês a mês pudesse inverter o quadro negativo em relação ao ano passado era preciso que o crescimento da produção fosse "mais vigoroso". "Uma melhoria do cenário está ligada a uma retomada do crescimento [da economia como um todo", o que não tem sido sinalizado", afirmou.
Os setores que lideraram a melhoria do emprego em maio sobre abril foram os de alimentos e bebidas (2,8%), de refino de petróleo e produção de álcool (8,9%) e de papel e gráfica (1,2%). Para Isabella, todos os aumentos podem estar ligados, ao menos parcialmente, a fatores sazonais.
No setor de alimentos e bebidas, intensivo em mão-de-obra, o efeito Copa do Mundo pode ter sido um dos motivos do aumento. No caso do refino e da produção de álcool, a causa é o emprego temporário para antecipação da safra do álcool. No setor de papel e gráfica, a produção de materiais de campanha eleitoral pode ser uma das razões.
Na comparação com maio de 2001, a redução do pessoal ocupado foi liderada pela região Sudeste (menos 3,4%, com destaques para o Rio de Janeiro (menos 4,6%) e São Paulo (menos 4,1%).
Com menos 6% e menos 3,6%, respectivamente, Rio e São Paulo também são os maiores responsáveis pela queda de 1,7% no acumulado do ano.
Por setores, os destaques negativos na comparação de maio contra maio foram as indústrias de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicação (-14,3%), a fabricação de borracha e plásticos (-4,8%) e a produção de meios de transporte (-4,1%).
Desde dezembro de 2001, quando foi possível a primeira comparação com o mesmo mês do ano anterior, que a pesquisa de emprego industrial não apresenta resultado positivo na comparação.
A folha de pagamentos da indústria em maio mostrou a mesma tendência do pessoal ocupado: crescimento de 1,2% sobre abril e queda de 1,6% sobre maio de 2001. No acumulado do ano, houve queda de 2,5%.
O números de horas trabalhadas cresceu 1,3% sobre abril e caiu 2,4% sobre maio de 2001. Na acumulado, queda de 2,5%.



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