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Venezuela quer integrar fundo
para injetar dinheiro no Mercosul
Aplicação dos recursos se concentrará em economias menores do bloco
FLAVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A CORDOBA
A Venezuela quer aportar dinheiro ao Mercosul o mais rápido possível. O país propôs integrar o Focen, fundo dos sócios para financiar projetos
produtivos na região. O oferecimento foi feito durante uma
reunião preparatória para a cúpula do bloco que começa hoje
em Córdoba, na Argentina.
Criado em 2005, o Focen não
saiu do papel porque tem de ser
aprovado por todos os Congressos (só os paraguaios cumpriram a etapa). O fundo terá a
princípio US$ 100 milhões,
70% bancado pelo Brasil, 27%,
pela Argentina, 2% pelo Uruguai e 1% pelo Paraguai. A aplicação dos recursos se concentrará nas economias menores.
A proposta do governo de
Hugo Chávez de reforçar o fundo foi feita na primeira reunião
do Mercosul para discutir os
projetos que podem vir a a ser
financiados pelo mecanismo.
Na análise de um integrante da
chancelaria argentina, a disposição venezuela de participar
do Focen, além de acenar com o
gordo caixa do país -um dos
trunfos usados pelo governo
venezuelano-, já demonstra a
vontade do país de ter poder de
decisão no bloco.
É que, embora fosse natural
que a Venezuela integrasse o
fundo agora que é membro pleno do Mercosul, a rigor não havia prazo definido para que isso
ocorresse. Pelo protocolo de
adesão, o país tem até quatro
anos para adotar as normativas
do bloco, mas o cronograma de
adaptação, que incluiria o Focen, também não existe ainda.
Também não está definido o
valor da contribuição venezuelana. Pelo desenho do mecanismo, cada país aporta recursos
de acordo com o PIB (Produto
Interno Bruto). A entrada da
Venezuela obriga a revisão das
atuais cotas de participação.
Mercado venezuelano
Para aproveitar o ímpeto venezuelano de acelerar a integração, a consultoria argentina
abeceb.com resolveu mapear
em que áreas os exportadores
de Brasil e de Argentina podem
ter mais vantagens no mercado
venezuelano.
O país de Hugo Chávez terá
de adotar a TEC (Tarifa Externa Comum) do Mercosul. Para
medicamentos, barcos de cargas, veículos e aparelhos de celular, entre outros, a Venezuela
tenderá a desviar compras para
os países do bloco, informa a
consultoria (leia quadro).
Os itens fazem parte de uma
lista que mostra que, nesses casos, a tarifa de importação cobrada pela Venezuela deve subir para alcançar a do Mercosul, dando vantagem a produtores dos sócios.
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