São Paulo, segunda, 20 de julho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresário costuma dar incerta em lojas

da Reportagem Local

Samuel Klein chegou ao Brasil, vindo da Polônia, em 52, já casado, com quase 30 anos. Em São Caetano do Sul (SP), ele começou a vida de comerciante como mascate, vendendo cobertores e roupas de cama.
Em 58, abriu a primeira loja Casas Bahia, já com a intenção de vender uma linha mais completa de produtos para a casa. De lá para cá, a rede só cresceu. Hoje, com 250 lojas, Klein prevê faturar R$ 2 bilhões neste ano e alcançar um lucro líquido de R$ 50 milhões.
Klein, uma das figuras mais ativas do comércio brasileiro, visita semanalmente, de surpresa, algumas das suas lojas, especialmente aquelas que estão no caminho da sua residência, no bairro do Jardins, em São Paulo, a São Caetano do Sul, onde fica a sede da rede.
Os filhos Michael, diretor administrativo, e Saul, diretor comercial, foram preparados por ele para tocar a rede. Mas, por enquanto, a última palavra na empresa continua sendo a dele. Samuel dá expediente de segunda a quinta-feira. Os outros três dias ele passa em Angra dos Reis (RJ).
Sua mulher, Chana, segundo os funcionários da rede, é tão ativa quanto Klein. É ela quem cuida da linha de confecção.
Os seus concorrentes têm muita curiosidade em saber como ele administra a rede -como ela tem o capital fechado, não é obrigada a publicar seus balanços. Apesar das dificuldades financeiras de várias cadeias, segundo Klein, a dele vai muito bem.
Nelson Barrizzelli, consultor de varejo, diz que tem a impressão de que a Casas Bahia tem um público cativo de menor poder aquisitivo, que paga as contas em dia porque ter crédito é uma das poucas alegrias da vida.
"Eles também são muito agressivos para reabilitar o crédito. É uma forma particular, não sofisticada, de cobrar o consumidor."
Klein diz que a sua empresa vai bem porque tomou algumas decisões importantes, como financiar com recursos próprios o cliente, depender o mínimo possível de empréstimos bancários, pagar as dívidas em prazos curtos e ter uma frota própria de caminhões para distribuir as mercadorias. (FF)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.