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INTERNET
Velocidade do aumento das vendas vira atrativo na rede; volume de vendas deve chegar a US$ 6,1 bi nos EUA
Negócio virtual dispara, mas é pequeno
JOSÉLIA AGUIAR
SILVANA QUAGLIO
da Reportagem Local
O comércio é uma realidade inegável da Internet -a rede mundial de computadores. Mas nenhuma loja, banco ou indústria
que tenha entrado para o mundo
dos negócios eletrônicos está lucrando com a atividade.
O simples fato de que ninguém
divulga resultados -até pela inexistência de formas confiáveis de
aferição- demonstra um volume
de negócios ainda insignificante.
Nos EUA, onde esse tipo de negócio é mais expressivo, as vendas
on line devem atingir US$ 6,1 bilhões neste ano, prevê a empresa
de consultoria GartnerGroup.
Embora não represente 1% dos
US$ 8,5 trilhões do PIB norte-americano, as vendas crescem rapidamente. Um estudo feito pela Jupiter Communications' Strategic
Planning Services mostra que o
comércio eletrônico foi de apenas
US$ 706 milhões em 96.
Por isso ninguém quer ficar fora
da rede: nem anunciantes, nem
quem aposta na rede para a venda
direta de produtos e serviços.
"Essa é a marca de qualquer nova mídia. Foi assim com o rádio e
com a televisão", afirmou Gustavo
Viberti, diretor-presidente do Cadê?, um serviço de localização de
informações brasileiras disponíveis na Internet.
Viberti faz uma comparação que
deve ser vista com alguma reserva,
já que os tempos são obviamente
outros, mas serve para estabelecer
um parâmetro mínimo.
O rádio, diz ele, levou 38 anos
para atingir 50 milhões de americanos, a TV, 13, a TV por assinatura, 10. A Internet alcançou 50 milhões de usuários em cinco anos.
No Brasil, são 1,6 milhão de usuários, segundo o Ibope.
Mas considerar que a rede já tenha se transformado em um novo
meio de comunicação é um assunto controverso. Para Daniel Barbará, diretor comercial da agência
de publicidade DPZ, essa é ainda
uma discussão sociológica.
"No mundo todo é um negócio
insignificante. E, no Brasil, ainda
enfrentamos o atraso tecnológico
da própria telefonia que compromete o avanço mais rápido", afirma Barbará.
Mas também ele acredita que a
rede ainda causará uma revolução
na forma como as pessoas se informam e consomem. É exatamente no momento do "Big Bang"
que empresários e empreendedores em geral apostam.
Mudança cultural
A rede também rompe os padrões conhecidos de comércio. "A
Internet modificará todas as práticas de negócios, afirma o consultor Paulo Puterman. Por mais antiga que seja a atividade de comprar e vender, exercê-la virtualmente é novidade para todos.
Nos EUA, esse desconhecimento
é relativamente compensado pelo
hábito de comprar por catálogo.
"Nós ainda não temos essa cultura no Brasil, mas a Internet ajudará a criá-la", diz Alon Feuerwerker, diretor de desenvolvimento e
atendimento do Universo Online
(empresa dos grupos Folha e
Abril).
Outra característica da rede é o
seu apelo global. A APL Digital
-o braço eletrônico da agência de
publicidade Ammarati Puris Lintas- já explora esse aspecto.
A empresa criou um site para o
Iridium -novo sistema de telefonia portátil que não respeita as
barreiras geográficas. O lançamento do produto foi feito em 50
países ao mesmo tempo, e a campanha, em 13 idiomas diferentes.
Colaborou
Lucia Reggiani, da Reportagem Local
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