São Paulo, sábado, 20 de agosto de 2005

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COMBUSTÍVEIS

Dependência de arrecadação com tributos sobre termelétricas dificulta implantação de sistemas mais baratos de energia

Perda dos Estados iria a R$ 288,3 mi ao ano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As obras previstas para a construção de gasoduto na região Norte afetam principalmente o caixa de Acre, Rondônia e Amazonas, que podem ter perdas de R$ 288,3 milhões por ano, a partir de 2007.
No Amazonas, a arrecadação de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) no ano passado foi de aproximadamente R$ 2,612 bilhões. Desse total, cerca de R$ 230 milhões (8,8%) vieram da tributação de ICMS sobre o consumo de óleo das termelétricas.
Em 2006, a arrecadação total do Estado deverá aumentar para R$ 2,850 bilhões, e o consumo de óleo deverá ser responsável por R$ 250 milhões. Em 2007, com o gasoduto Coari-Manaus em funcionamento, a arrecadação com o combustível das termelétricas cairá para R$ 50 milhões por ano, de acordo com os números do Ministério de Minas e Energia. Uma perda potencial de R$ 200 milhões por ano.
A Secretaria de Fazenda do Estado projeta números menores, mais ainda assim significativos: perda de R$ 120 milhões por ano, em estudo feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa). O Estado deverá tentar negociar algum tipo de compensação com o governo federal para a perda de arrecadação com o ICMS.
Nos Estados do Acre e de Rondônia, a arrecadação de ICMS somada foi de R$ 1,304 bilhão em 2004. Desse total, R$ 112 milhões (8,6%) vêm da tributação sobre o consumo de óleo das termelétricas. Em 2006, a arrecadação total deverá chegar a R$ 1,460 bilhão, e o consumo de óleo contribuirá com R$ 125 milhões.

Kyoto
Com as obras, o total arrecadado com combustível para as termelétricas cairia para R$ 36,7 milhões em 2007. O potencial de perda é de R$ 88,3 milhões por ano.
O governo federal estuda, ainda em caráter preliminar, a possibilidade de obter créditos de carbono, por meio dos mecanismos previstos no Protocolo de Kyoto, a fim de compensar a perda financeira dos Estados. Isso seria possível porque os Estados estariam deixando de queimar combustíveis fósseis e, portanto, de emitir gás carbônico.


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