HELEN THOMAS
DO "FINANCIAL TIMES"

O dólar teve uma ampla recuperação nesta semana, e uma série de indicadores econômicos favoráveis o ajudaram a subir diante de quase todas as demais moedas.
Depois de evitar a quebra de marcas tecnicamente cruciais de baixa em sua queda da semana anterior, a divisa americana recuperou o terreno, enquanto dados sobre os influxos de capitais aliviavam as preocupações do mercado sobre o financiamento do déficit externo dos EUA. Fortes números quanto à produção industrial e dados acima dos previstos para a inflação também reforçaram a situação da moeda, em meio à expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central do país), continuaria a elevar as taxas de juros no futuro previsível.
"A recuperação do dólar esfriou as expectativas de que tivesse acontecido uma mudança de foco, de volta ao lado negativo em termos estruturais para a moeda americana, e nós vimos uma firme tendência de abandono de posições compradas em euro", disse Paul Mackel, estrategista sênior de câmbio do banco ABN Amro. O euro caiu 2,3% diante do dólar ao longo da semana, seu maior recuo semanal desde junho, e estava a US$ 1,21145 no final do pregão matinal em Nova York, na sexta-feira.
A força implícita da demanda por dólares também ajudou a moeda americana com relação ao iene, a despeito da força crescente do premiê reformista Junichiro Koizumi na corrida para as eleições do mês que vem e de dados que demonstram níveis elevados de demanda estrangeira por papéis japoneses, ambos fatores positivos para o iene. O iene caiu em 1,1%, para 110,65 ienes, durante a semana, mas subiu em 1,2% diante da fraqueza do euro, chegando a 134,38 ienes por euro.
As divisas dos países emergentes também perderam, diante do otimismo quanto ao dólar e à medida que a crise política cada vez mais forte no Brasil reduzia o apetite dos investidores por riscos. O peso mexicano caiu 1,2% e fechou em 10,7545 pesos, enquanto a lira turca atingia sua cotação mais baixa em dois meses antes de recuperar algum terreno e fechar cotada a 1,2373 lira por dólar, com perda de 1,6%.
Já a libra subiu a seu ponto mais alto em seis semanas diante do euro.