Depois do lucro recorde de R$ 3,9 bilhões nos primeiros seis meses do ano, o Banco do Brasil vai abrir duas novas frentes de atuação neste semestre. O banco se prepara para investir pesado nas áreas de crédito imobiliário e de financiamento de veículos.
Segundo Rossano Maranhão, presidente do BB, o banco está discutindo com o governo a possibilidade de fechar uma parceria com algumas das grandes financeiras do país. Conversas já foram iniciadas. A outra hipótese é o banco abrir a sua própria financeira.
Para entrar para valer na área de financiamento de veículos, o BB identificou a necessidade de ter uma financeira em seu guarda-chuva com o objetivo de atrair principalmente os chamados não-clientes. O banco já atua nessa área, mas atende apenas a seus clientes. O mercado é bastante amplo. As compras são feitas, em grande parte, por impulso.
De acordo com Maranhão, a carteia de empréstimos do banco para a aquisição de veículos é de apenas R$ 500 milhões, muito pequena para os objetivos do banco. A intenção é atingir R$ 10 bilhões em três anos.
Outra área nova que o banco pretende explorar é a de crédito imobiliário. Num cenário de taxa decrescente de juros e de o país atingir grau de investimento, a tendência é a compra de imóveis se tornar uma coqueluche. O BB, para ele, não pode estar fora dessa onda.
Maranhão não acha que o banco esteja entrando em conflito com a Caixa Econômica Federal ao entrar no mercado imobiliário. "O mercado é grande o suficiente e cada um de nós tem sua base de clientes." O fato, segundo ele, é que o Banco do Brasil não pode deixar de ter esse produto na prateleira para fidelizar seu cliente. "A concorrência é grande."
Maranhão considerou precipitadas as críticas de analistas ao resultado do banco, apesar do recorde. Os comentários foram de que o lucro foi provocado por receitas tributárias não-programadas, de R$ 1,5 bilhão, que não vão se repetir mais, e, por isso, a ação do banco teria caído na segunda-feira passada, quando foi divulgado o balanço.
Segundo Maranhão, o banco também arcou com despesas não previstas, como as provisões para o agronegócio, que totalizaram R$ 1,9 bilhão. Ele disse que as ações caíram na segunda-feira passada porque tinham subido muito na sexta-feira anterior. "O que houve foi uma realização normal de lucros", afirmou. Já na sexta passada, Maranhão disse que a ação do BB subiu, enquanto a da maioria dos bancos caiu.
Maranhão não quis entrar no debate entre a Febraban e o governo a respeito da redução dos juros. Ele disse que já pratica taxas muito competitivas e que está sempre buscando melhorar a eficiência operacional do banco para poder baixar mais os juros.
"A fixação dos juros não é uma questão de vontade e sim uma decisão técnica", diz Maranhão. Ele afirma que os "spreads" já vêm caindo nos últimos meses.

NEGÓCIOS NA TEORIA
Uma nova teoria de negócios foi lançada na última semana no Brasil. Anand Sharma, presidente mundial e fundador da consultoria TBM, veio ao país ensinar a lei dos cinco Rs, que tem como objetivo alcançar uma melhoria empresarial rápida e sustentável utilizando a estrutura já existente da companhia, com algumas adaptações. Em inglês, os cinco Rs são capacidade de resposta rápida ao cliente, ritmo de produção de acordo com a demanda, confiabilidade, responsabilidade e relevância de produtos e serviços em relação ao cliente.
"Comecei a divulgar a metodologia há apenas um mês", diz Sharma, que também difunde o chamado Lean Sigma, de transformação de gerenciamento, que combina a metodologia Lean, desenvolvida pela Toyota, e o Six Sigma, da Motorola. Como diferencial, o Lean Sigma tem a rapidez -segundo Sharma, as mudanças já podem ser sentidas em apenas dois meses e os resultados de aumento da produtividade por meio da redução de prazo de entrega, custos internos e estoques são percebidos mais rapidamente pelas empresas. "As metodologias são aplicáveis em qualquer tipo de empresa de manufatura, como automotiva, eletrônica e farmacêutica, e até em governos", diz Sharma, que experimentou o método no Estado americano de Iowa em 2002.

MISSÃO ORIENTAL
Maria Fernanda Coelho, presidente da Caixa Econômica Federal, visita o Japão, dia 30, em missão oficial. O objetivo é viabilizar a abertura do escritório do banco em Hamamatsu. Na agenda, há audiência com o prefeito Yasuyuki Kitawaki e o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Hamamatsu.
Coelho deve encontrar-se com o prefeito Nozomu Suzuki, de Iwata, e os dirigentes do banco Iwata Shinkin Bank, parceiro da Caixa, para realizar remessas de recursos por brasileiros. Em Tóquio, terá audiências com o presidente e o conselho diretor do Shinkin Central Bank e na Embaixada do Brasil. Terá reuniões com empresários japoneses e visitará a Yamaha Motors, onde se encontrará com trabalhadores brasileiros.

LARGADA
Na quinta, sai da fábrica da Fiat, em Betim (MG), o tour "Ferrari Panamerican 20.000", que percorrerá 32 mil km em 16 países, durante 84 dias, e termina em Nova York. No Brasil, o tour passa por SP, Rio, Curitiba e Foz do Iguaçu. No comboio há Ferrari 599 GTB Fiorano, Idea Adventure, Doblò Adventure e Iveco Daily.

AVENTURA TCHECA
Fabricantes tchecos estão em busca de parceiros no mercado brasileiro de esportes radicais. A Czech Trade, agência de promoção comercial, traz para a Adventure Sports Fair, feira de turismo de aventura, as tchecas Gumotex, Direct Alpine, RP Komponent, Lanex, LG Trade, Tilak, Vella, Hiko e Laminex.

Carla Pernambuco inaugura espaço novo em outubro

A chef Carla Pernambuco, do Carlota, se prepara para abrir um novo negócio em novembro. Ela inaugura a Bakery, que, apesar do nome, não é uma padaria, mas um espaço voltado para o negócio da gastronomia com diferentes serviços. Entre eles, consultoria para novas casas, aulas de história da alimentação, espaço para receber, com capacidade para 35 pessoas, e serviço de banquetes, com seis opções de menus temáticos, incluindo pratos tradicionais, étnicos ou cosmopolitas. "Vai ser um espaço descontraído, com jeito de cozinha de casa, bem ao estilo Carlota", diz. A abertura ao público está marcada para 15 de outubro.


Próximo Texto: Crédito se esgota como motor econômico
Índice