São Paulo, domingo, 20 de agosto de 2006

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Foco

Livro do IBGE conta "saga" das estatísticas no Brasil desde o período imperial

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

Aos 70 anos de vida, o IBGE está pondo em livro 180 anos de história. É a "História das Estatísticas Brasileiras", cujo primeiro dos quatro volumes, que cobre o período 1822-1889, será lançado na terça-feira, no auditório do instituto, no Rio de Janeiro.
Nelson Senra, há 32 anos pesquisador do IBGE, batizou o primeiro calhamaço (614 páginas, R$ 95) de "Estatísticas Desejadas". As décadas do Brasil imperial foram de muitas demandas por números e várias tentativas de recenseamento, mas predominaram as "expectativas frustradas", como ele define.
"Ainda estava sendo constituído o Estado nacional. Havia demandas parlamentares, mas o Executivo titubeava e não sabia bem como fazer", diz Senra, que cita no livro várias manifestações pró-estatísticas feitas por deputados e senadores na primeira metade do século 19.
O primeiro passo consistente se deu em âmbito estadual, em 1845: o presidente da Província de São Pedro do Rio Grande, o conde de Caxias (mais tarde duque), nomeou, para criar um projeto de recenseamento dos gaúchos, Antônio Manuel Corrêa da Câmara, que realizaria, em apenas três anos (morreu em 1848), um trabalho pioneiro de construção de bases para um amplo estudo estatístico.
"Ao fim da Revolução Farroupilha, era necessário fazer um levantamento da população. E firmou-se uma tradição de estatísticas no Rio Grande, talvez por estar freqüentemente em guerra. Desde o Império Romano, os censos surgiram para fazer a guerra, pois era preciso convocar e tributar", diz Senra.
Sai ainda em 2006 o segundo volume da série escrita por Senra: "Estatísticas Legalizadas (1899-1936)". Os outros, previstos para 2007, são "Estatísticas Organizadas (1936-1972)" e "Estatísticas Formalizadas (1972-2002)". A venda será nas livrarias do IBGE e pelo site www.ibge.gov.br.


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