São Paulo, domingo, 20 de agosto de 2006

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Gerente do Credit Suisse consegue habeas corpus

Suíço Peter Schaffner havia sido preso em março, suspeito de participação em evasão de divisas, e poderá sair do país

Decisão do TRF da 3ª Região, no entanto, determina que ele deverá comparecer a todos os atos do inquérito e a eventual ação penal


DA REPORTAGEM LOCAL

O suíço Peter Schaffner, funcionário do banco Credit Suisse em Zurique, obteve habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP/MS). A medida determina ainda a devolução de seu passaporte e o autoriza a voltar para a Suíça.
Schaffner havia sido preso no fim de março em ação da Polícia Federal. É suspeito de evasão de divisas. A decisão que julgou o habeas corpus impetrado pelos advogados Alex Leon Ades e Octávio Aronis determina que o suíço compareça a todos os atos do inquérito e de eventual ação penal.
A investigação, iniciada meses antes da operação da polícia, apurava suposto crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e envio ilegal de divisas ao exterior.
Outra suspeita da polícia era a de que o escritório de "private banking" (voltado a clientes de elevado rendimento) do Credit Suisse em São Paulo operasse com doleiros para enviar recursos para o país europeu.

Busca e apreensão
Schaffner, um dos gerentes do banco em Zurique, foi preso pela Polícia Federal em março em uma sala VIP do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), quando, segundo policiais que participaram da ação, tentava fugir do país.
Outros seis gerentes do banco tiveram seus passaportes apreendidos na ação.
A operação começou a desmantelar o suposto esquema com uma ação de busca e apreensão na agência do banco na avenida Faria Lima (zona oeste da capital paulista). Delegados e agentes da polícia ocuparam o edifício e apreenderam caixas de documentos e discos rígidos de computadores. A casa de outro executivo do Credit Suisse em São Paulo também foi alvo de ação de busca e apreensão na ocasião.
À época, a Justiça autorizou a operação de busca e apreensão depois de cerca de quatro meses de escutas telefônicas autorizadas dos suspeitos.
Quando da ação da PF, o juiz federal Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, especializada em crimes financeiros, decidiu pela prisão de Schaffner porque a saída do economista do país poderia prejudicar ou frustrar a reunião de provas contra o Credit Suisse, de acordo com a alegação apresentada pelo Ministério Público Federal.
Schaffner era considerado uma peça-chave do suposto esquema de remessa de dólares.

Outra instituição
O escritório de "private banking" do Credit Suisse não tem relação com o banco homônimo, que atua especialmente na área de investimentos. Oficialmente, o setor de "private banking" chama-se Credit Suisse Representações. O escritório atua de forma autônoma, subordinado à Suíça.


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