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Gerente do Credit Suisse consegue habeas corpus
Suíço Peter Schaffner havia sido preso em março, suspeito de participação em evasão de divisas, e poderá sair do país
Decisão do TRF da 3ª Região, no entanto, determina que ele deverá comparecer a todos os atos do inquérito
e a eventual ação penal
DA REPORTAGEM LOCAL
O suíço Peter Schaffner, funcionário do banco Credit Suisse
em Zurique, obteve habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP/MS). A
medida determina ainda a devolução de seu passaporte e o
autoriza a voltar para a Suíça.
Schaffner havia sido preso no
fim de março em ação da Polícia Federal. É suspeito de evasão de divisas. A decisão que
julgou o habeas corpus impetrado pelos advogados Alex
Leon Ades e Octávio Aronis determina que o suíço compareça
a todos os atos do inquérito e de
eventual ação penal.
A investigação, iniciada meses antes da operação da polícia, apurava suposto crime contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e envio ilegal
de divisas ao exterior.
Outra suspeita da polícia era
a de que o escritório de "private
banking" (voltado a clientes de
elevado rendimento) do Credit
Suisse em São Paulo operasse
com doleiros para enviar recursos para o país europeu.
Busca e apreensão
Schaffner, um dos gerentes
do banco em Zurique, foi preso
pela Polícia Federal em março
em uma sala VIP do aeroporto
de Cumbica, em Guarulhos
(SP), quando, segundo policiais
que participaram da ação, tentava fugir do país.
Outros seis gerentes do banco tiveram seus passaportes
apreendidos na ação.
A operação começou a desmantelar o suposto esquema
com uma ação de busca e
apreensão na agência do banco
na avenida Faria Lima (zona
oeste da capital paulista). Delegados e agentes da polícia ocuparam o edifício e apreenderam caixas de documentos e
discos rígidos de computadores. A casa de outro executivo
do Credit Suisse em São Paulo
também foi alvo de ação de busca e apreensão na ocasião.
À época, a Justiça autorizou a
operação de busca e apreensão
depois de cerca de quatro meses de escutas telefônicas autorizadas dos suspeitos.
Quando da ação da PF, o juiz
federal Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São
Paulo, especializada em crimes
financeiros, decidiu pela prisão
de Schaffner porque a saída do
economista do país poderia
prejudicar ou frustrar a reunião de provas contra o Credit
Suisse, de acordo com a alegação apresentada pelo Ministério Público Federal.
Schaffner era considerado
uma peça-chave do suposto esquema de remessa de dólares.
Outra instituição
O escritório de "private banking" do Credit Suisse não tem
relação com o banco homônimo, que atua especialmente na
área de investimentos. Oficialmente, o setor de "private banking" chama-se Credit Suisse
Representações. O escritório
atua de forma autônoma, subordinado à Suíça.
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