São Paulo, quinta, 20 de agosto de 1998

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Bolcheviques, Stálin e Kruschov também promoveram calotes

da "Reuters"

A mudança da política monetária da Rússia anunciada nesta semana é mais uma na lista de ocasiões em que, neste século, o governo fez caixa à custa do público e dos credores estrangeiros.
Quando os bolcheviques subiram ao poder, em 1917, suas decisões iniciais incluíam a suspensão do pagamento de bônus, no valor de dezenas de milhares de rublos, vendidos pelo governo czarista na Europa para cobrir os custos da Primeira Guerra Mundial.
Em dezembro de 1947, o ditador soviético Josef Stálin iniciou uma reforma monetária draconiana, que limpou os bolsos de milhões de pessoas já empobrecidas pela Segunda Guerra Mundial. Apenas uma pequena percentagem dos depósitos bancários foi trocada pela nova moeda à razão de 1 por 1. O restante foi substituído por valores entre 3 por 2 e 10 por 1.
Em 1961, outro líder soviético, Nikita Kruschov, promoveu nova reforma, trocando 10 rublos por 1 da nova divisa. Logo depois, anunciou um grande aumento nos preços oficiais de produtos básicos, uma desvalorização na prática devido ao sistema de salários fixos e moeda não conversível.
O declínio do império soviético levou a mais turbulência financeira. No final dos anos 80, com o fim do comunismo, a acelerada inflação em rublo fez desaparecer os produtos e tornou a moeda nacional virtualmente inutilizável.
Em 1993, novo pânico foi gerado quando os russos tiveram apenas poucos dias para gastar os rublos impressos durante a era soviética antes de sua conversão para a nova versão da moeda.
A partir de 1995, o governo, buscando estabilizar as finanças, começou a defender a cotação do rublo, à custa do desenvolvimento da indústria nacional. Em janeiro deste ano, houve nova troca de moedas, quando um rublo novo passou a valer por mil antigos.



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