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MERCADO TENSO
Banco central vende dólar para evitar desvalorização do bolívar, que há dez dias vem sofrendo ataques
Juros chegam a 90% ao ano na Venezuela
das agências internacionais
A taxa de juros de curto prazo da
Venezuela disparou depois que os
esforços do banco central em defender a moeda local deixaram o
sistema financeiro com poucos
bolívares disponíveis. A taxa de
juros interbancários chegou a 90%
ao ano. Na terça-feira estava em
30% e na segunda, em 8%.
A escalada dos juros aconteceu
porque os bancos tentavam obter
bolívares, a moeda local, depois
que o BC vendeu US$ 100 milhões
por dia desde a semana passada,
tentando evitar a desvalorização
da moeda local.
O governo venezuelano disse
que não tem planos de desvalorizar o bolívar, embora haja uma
crescente pressão.
A imprensa local anunciou que o
governo pretendia desvalorizar a
moeda entre 17% e 20%. A notícia
foi negada pelo ministro de Planejamento venezuelano, Teodoro
Petkoff.
Petkoff afirmou que as notícias
eram apenas rumores, que tinham
sido retirados de uma declaração
do candidato à Presidência Alfredo Ramos.
Investidores se dizem apreensivos com uma possível desvalorização, devido à queda de 33% no
preço do petróleo -principal
produto exportado-, que diminui a entrada de receitas em dólar
no país.
O valor do bolívar caiu ontem
mais uma vez, fechando em 573
por dólar, contra 572.50 na terça-feira, completando, assim, dez
dias de queda consecutiva.
Desde o início do ano o bolívar
já desvalorizou 11,9%.
Uma desvalorização da moeda
estancaria o crescente déficit orçamentário, ao permitir a entrada de
mais bolívares no caixa do governo por dólar conseguido com a
venda de petróleo.
A necessidade de financiamento
do governo venezuelano para
equilibrar seu Orçamento já é de
US$ 3,3 bilhões.
Para tentar encontrar alternativas de financiamento para o crescente déficit, o governo venezuelano vai requisitar ao Congresso
poderes especiais para editar leis
econômicas sem aprovação dos
parlamentares.
Entre as medidas do atual presidente venezuelano, Rafael Caldeira, cujo mandato termina em fevereiro, estão: a criação de um novo
imposto sobre vendas de 16,5%, a
obtenção de novos empréstimos e
a mudança nas leis de previdência
do país.
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