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TELECOMUNICAÇÕES
Crédito poderá atingir R$ 15 bi em cinco anos, com prioridade para compra de equipamentos no país
BNDES vai financiar as teles privatizadas
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social), que destinará R$ 1,2 bilhão ao financiamento da venda
do Sistema Telebrás, está preparando uma linha especial de crédito para as empresas que foram privatizadas.
A superintendente de Projetos
de Infra-Estrutura do BNDES,
Ivone Saraiva, disse ontem que o
banco poderá financiar até US$ 15
bilhões nos próximos cinco anos,
o que representa 30% dos investimentos de US$ 50 bilhões previstos para o setor nesse mesmo período.
Ivone Saraiva explicou que o
BNDES vai priorizar os projetos
de execução das metas de universalização do serviço de telefonia fixa e a compra de equipamentos
produzidos no Brasil (de preferência, com tecnologia nacional).
Os projetos destinados à realização de pesquisas em tecnologia
realizadas no Brasil também serão
financiados pelo banco.
A linha de financiamento do
BNDES, que beneficiará as quatro
holdings de telefonia fixa e as oito
holdings de telefonia celular (banda A) vendidas no leilão do Sistema Telebrás, será deslanchada em
até três meses.
"O objetivo do BNDES é o cumprimento das metas de universalização e o apoio aos fabricantes nacionais", disse Ivone Saraiva.
Ela adiantou as condições gerais
do financiamento: pagamento em
até dez anos, participação de até
60% do projeto e correção pela
TJLP (Taxa de Juros de Longo
Praz) mais juros anuais de 2,5%.
Conforme o projeto, poderá ser
aplicada uma taxa de risco de até
2,5% ao ano. A TJLP está atualmente em 10,63% ao ano.
O BNDES também financia a infra-estrutura das empresas da
banda B da telefonia celular, desde
que os equipamentos sejam adquiridos no Brasil. Ivone Saraiva
não informou o total de recursos
destinados a essas empresas.
Gastos no leilão
A superintendente de Projetos
de Infra-estrutura do BNDES explicou que o banco comprometeu
R$ 1,2 bilhão na privatização da
Telebrás financiando metade da
primeira parcela do valor de cada
empresa (40% do total oferecido
no leilão).
O valor será totalmente liberado
dentro de dois anos, quando os
vencedores do leilão terão de quitar os valores oferecidos no leilão.
Os investimentos do BNDESPar
(Participações) na Tele Norte Leste não estão incluídos nessa conta.
A empresa de participações do
BNDES adquiriu 25% da Tele Norte Leste, que foi arrematada por
R$ 3,434 bilhões. Isso representa
R$ 858 milhões.
Ivone Saraiva lembrou que o
BNDESPar pode deter essa participação por até seis anos, mas ela
acredita que as ações serão vendidas antes desse prazo.
Além da Tele Norte Leste, o
BNDESPar está presente na Tele
Centro Sul, na Telemig Celular e
na Tele Norte Celular.
Nas três últimas empresas, o
BNDESPar se associou a fundos de
pensão das estatais e participou de
um fundo de investimentos organizado pelo Banco Opportunity
para participar do leilão.
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