São Paulo, quinta, 20 de agosto de 1998

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Venda terá de ser em leilão, diz ministro

da Sucursal do Rio

O ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, disse ontem que a venda da participação de 25% que o BNDES tem no capital da Tele Norte Leste terá que ser feita em leilão.
Mendonça de Barros não quis entrar em detalhes, afirmando que o assunto é de competência do BNDES, do qual ele era presidente antes de assumir o ministério.
A participação do banco na Tele Norte Leste foi comprada por R$ 686,8 milhões após o leilão de privatização realizado no dia 29 de julho. O BNDES entrou na sociedade por meio da sua subsidiária BNDESPar (Participações).
A informação dada ontem pelo ministro pode atrapalhar a inclinação do banco por vender sua participação a uma operadora estrangeira de telecomunicação.
Na semana passada, o presidente do BNDES, André Lara Resende, disse que a venda para uma operadora não é uma obrigação, mas é um caminho "natural".
A Tele Norte Leste abrange as operadoras de telefonia fixa de 16 Estados, do Rio ao Amazonas.
Ela foi comprada por R$ 3,434 milhões por um consórcio nacional liderado pela construtora Andrade Gutierrez e integrado também pelos grupos La Fonte (família Jereissati), Macal, Inepar, fundos de pensão e seguradoras ligadas ao Banco do Brasil.
Após resistir a financiar o consórcio, por considerar que ele tinha excesso de participação estatal e porque ele não teria mostrado garantias para pagar todo o valor da tele, o BNDES acabou se associando ao grupo.

Saneamento

O ministro defendeu que o governo federal crie um modelo único para a privatização do setor de saneamento básico no país e que esse processo seja controlado pelo CND (Conselho Nacional de Desestatização).
Mendonça de Barros reconheceu que essa centralização não depende do governo federal porque as redes de saneamento básico são concessões municipais e estaduais. Teria que haver um acordo geral sobre o assunto.
De acordo com o ministro, "o governo tem muito medo de começar errado a privatização do saneamento".
A preocupação, segundo ele, decorre do fato de o saneamento ter uma componente social maior que as telecomunicações.



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