São Paulo, quinta, 20 de agosto de 1998

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PREÇOS
Queda em São Paulo perde ritmo, e economista prevê -0,70% para o fechamento deste mês
Deflação supera 1%, constata Fipe

ALESSANDRA KIANEK
da Redação

A queda dos preços continua em São Paulo, mas já dá sinais de que vai começar a perder o fôlego, na avaliação da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Dados divulgados ontem mostram que os preços recuaram 1,05%, em média, na cidade de São Paulo nos últimos 30 dias terminados em 15 de agosto.
Essa taxa é a menor já registrada desde 86, quando a Fipe começou a medir a inflação na forma quadrissemanal. Na primeira quadrissemana deste mês, a queda foi de 1%.
Segundo Heron do Carmo, economista e coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, a deflação de 1,05%, mesmo sendo um pouco maior que a anterior, já é sinal de que o ritmo de queda está diminuindo.
Com o resultado apresentado na segunda quadrissemana, Heron do Carmo prevê que a deflação de agosto ficará em torno de 0,70%, número próximo à deflação de julho, que foi de 0,77%. Em agosto do ano passado, os preços apresentaram queda de 0,76%.

Alimentos
Os alimentos foram novamente os responsáveis pela queda do índice. Na segunda quadrissemana, os alimentos caíram 1,66%, a mesma taxa registrada na quadrissemana anterior. Os produtos "in natura" recuaram 4,37%.
Na próxima quadrissemana esses alimentos devem começar a se recuperar, prevê Heron do Carmo.
O vestuário, devido às liquidações, apresentou queda de 3,27%, puxado pela retração de 4,61% da roupa feminina. "O vestuário deve continuar caindo até o fim do mês, mas o ritmo não está muito intenso", afirma Heron do Carmo.
O grupo habitação apresentou queda de 0,32%, levados pela retração dos aparelhos de imagem e som (-2,28%). Os preços dos aluguéis continuam em queda (-0,24%).

Combustíveis
O grupo dos transportes caiu 1,25%, puxado principalmente pela queda dos preços dos combustíveis. O álcool teve retração de 7,34%, devido à redução da demanda e à liberação dos preços antes controlados pelo governo.
Nos últimos 12 meses até julho, o álcool ficou 4,09% mais barato. Mesmo assim, desde o início do Plano Real os preços acumulam alta de 43,67%.
Na segunda quadrissemana, a gasolina recuou 1,67%. No acumulado dos últimos 12 meses, o aumento registrado é de 1,40%, e no Real, de 40,76%.
A redução do IPI fez com que os preços dos veículos ficassem mais baratos. A queda na segunda quadrissemana foi de 1,20%.



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