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MERCADO FINANCEIRO
Crise na Venezuela eleva o 'risco Brasil'
da Reportagem Local
O risco de investir no Brasil voltou ontem a subir para patamares
superiores aos registrados na crise
asiática, em outubro último.
A medida usada é a diferença entre os juros pagos pelos títulos da
dívida brasileira chamados de
C-bonds e os juros pagos pelos títulos do Tesouro dos EUA de 30
anos: bateu em 9,10 pontos no fechamento ontem, contra 8,30 no
ápice da crise asiática.
A Rússia, em moratória, adiou o
anúncio, previsto para ontem, de
como será feita a reestruturação
de sua dívida. A renegociação com
os credores não está nada fácil.
Para contribuir mais para o aumento do risco dos países emergentes, a Venezuela elevou seus
juros do mercado do dia-a-dia, o
over, de 30% para 90%, e o governo pediu autorização para o Congresso para adotar medidas de
emergência. Para analistas, a desvalorização cambial é iminente.
Os títulos da dívida da Venezuela despencaram. O risco de investir na Venezuela passou de 14 pontos percentuais para 20 pontos.
A Bolsa de Valores de São Paulo
caiu 1,16%, acumulando desvalorização de 20,23% no mês. As
ações da Telebrás caíram bem
mais -3,04% no caso da PN (sem
direito a voto) e 2,95% no caso da
ON (com direito a voto).
A Bolsa de Valores de São Paulo
só não levou tombo maior ontem
por conta das ações PN da Ericsson, que subiram 54,05% e movimentaram R$ 146,85 milhões,
22,9% do total à vista. As ações ON
da empresa subiram 92,3%.
As ações não eram negociadas
desde sexta-feira a pedido da controladora sueca, que fez oferta de
compra do lote completo de papéis PN da Ericsson brasileira nas
mãos do mercado. A Ericsson sueca ofereceu R$ 37,11 reais por lote
de mil ações PN, preço 55% acima
do fechamento de sexta-feira.
A Ericsson chegou a empurrar a
Bolsa de São Paulo 2,30% para cima, mas os boatos sobre Rússia e
Venezuela foram mais fortes. A
Bolsa de Nova York não ajudou,
fechando em baixa de 0,25%.
O mercado brasileiro de dólar
comercial teve um dia estável apesar da forte saída de recursos do
país. O Banco do Brasil atuou. Os
mercados futuros passaram a projetar juros e desvalorização cambial menores.
O Banco Central tomou dinheiro
por um dia a taxas anuais de
19,15%, contra 19,17% anteontem.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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