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CRISE NA AL
Apesar do resultado semestral, retração foi menor no 2º trimestre
PIB da Argentina desaba 14,9%
JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES
A economia argentina registrou uma retração de 14,9% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2001. Apesar do resultado catastrófico, o
governo tenta ao menos comemorar o fato de que o ritmo de
queda na economia diminuiu nos
últimos meses do semestre.
Segundo o Indec (o IBGE local),
o PIB argentino caiu 16,3% no primeiro trimestre deste ano e 13,6%
no segundo. Além da base de
comparação mais favorável, o
melhor resultado foi conseguido
por uma alta de 0,9% na atividade
econômica entre os trimestres se
forem excluídos fatores sazonais.
Dados semelhantes mas específicos da produção industrial já
vêm sendo usados pelo governo
há algumas semanas para tentar
convencer o mercado e a população de que o pior momento da
crise já teria sido superado.
De qualquer forma, o mercado
continua pessimista sobre se o governo conseguirá cumprir a meta
de queda de 11% para o PIB deste
ano. Segundo a maioria dos analistas, a retração será de 13% a
15%, devido às dificuldades de fechar um acordo com o FMI e à
lentidão do governo em eliminar
as restrições para o saque de depósitos bancários.
"Quase-moedas"
Os títulos públicos que na Argentina funcionam como papel-moeda já representam 37% do total de dinheiro em circulação no
país, segundo o CEB (Centro de
Estudos de Buenos Aires).
Os papéis, chamados de "quase-moedas", foram criados em agosto de 2001 por governos provinciais que não tinham os recursos
necessários para realizar o pagamento de dívidas e de despesas
com o funcionalismo público.
Desde então, 22 governadores,
prefeitos e também o governo federal imprimiram 8,973 bilhões
de pesos em "quase-moedas".
O resgate dos papéis em circulação representa uma das principais
exigências do FMI para fechar o acordo com a Argentina. Mas os
governadores não têm cumprido nem o compromisso já assinado
com o Fundo de suspender a impressão de novos papéis.
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