São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

País ameaça não usar reserva para pagar Bird

DE BUENOS AIRES

O governo argentino ameaça não usar as reservas internacionais para evitar dar calote nos organismos financeiros internacionais, apesar das advertências do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre possíveis sanções.
Em outubro, a Argentina deve pagar uma dívida de US$ 800 milhões ao Bird (Banco Mundial). Como esse pagamento não pode ser adiado por mais de um mês, o país teria poucas semanas para fechar um acordo com o FMI.
Caso fracasse, a opção seria honrar a dívida com as reservas, hoje estão em US$ 9,4 bilhões. A única outra possibilidade seria ignorar as advertências do FMI e dar o calote nos organismos.
A difícil situação do governo foi exposta ontem pelo chefe de gabinete, Alfredo Atanasof, para quem não seria prudente "colocar em jogo a estabilidade do peso e dos preços" sem garantias de que haveria acordo.
Para Atanasof e também para boa parte dos analistas, a queda das reservas encerraria um período de estabilidade cambial que já dura três meses.
Além disso, entre os principais pré-candidatos à Presidência da República, apenas Ricardo López Murphy defendeu que o calote deve ser evitado incondicionalmente.

Condições
Na noite de anteontem, o diretor-gerente do FMI, Horst Köhler, enviou carta ao presidente Eduardo Duhalde em que reafirmou a necessidade de que a Argentina cumpra com as condições já estabelecidas para que haja acordo. O presidente teria se comprometido a mostrar avanços durante telefonema realizado ontem. (JS)


Texto Anterior: Crise na AL: PIB da Argentina desaba 14,9%
Próximo Texto: Panorâmica - Protecionismo: Açúcar e algodão levam Brasil à OMC
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.