São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 2002

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Fraude da WorldCom pode ser US$ 3 bi maior

DA REPORTAGEM LOCAL

A gigante de telefonia americana WorldCom poderá dizer hoje às agências reguladoras dos EUA que escondeu um prejuízo ainda maior do que aquele que já admitiu com suas práticas de contabilidade ilegais. Com isso, a fraude da empresa passaria dos mais de US$ 7 bilhões já admitidos para acima de US$ 9 bilhões.
Segundo uma fonte ouvida pelo jornal americano "Wall Street Journal" o erro adicional nas contas maquiadas da WorldCom seria de US$ 2 bilhões. Outra fonte, entrevistada pela agência Reuters, porém, afirma que o erro pode chegar a US$ 3 bilhões.
A empresa, sediada em Clinton, no Estado do Mississipi, não comentou as informações.
Quando o escândalo em torno da empresa estourou, ela informou as autoridades que havia maquiado seu balanço colocando US$ 3,85 bilhões de prejuízos como despesas. No mês passado, entretanto, a empresa anunciou que, na verdade, a fraude era ainda maior. US$ 3,83 bilhões maior.
Na ocasião, a empresa anunciou que, à medida que as investigações internas avançassem, o prejuízo maquiado poderia ficar ainda maior.
A empresa também admitiu que pode ter incorporado irregularmente valores a seu patrimônio, ferindo as regras da SEC (a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA). Atualmente em US$ 50,6 bilhões, a contabilidade do patrimônio da empresa em 2000, 2001 e 2002 será reavaliada.
Uma das coisas que a WorldCom realmente fez, indo contra a SEC, foi incorporar os resultados da brasileira Embratel, na qual tem participação majoritária. Com isso, a empresa maquiava ainda mais seu resultado e parecia mais saudável para os acionistas do que realmente estava.
Segundo as fontes entrevistadas pelo "WSJ" e pela Reuters, essa deverá ser a última revisão nas irregularidades da empresa, descobertas pela investigação interna da WorldCom.

Embratel
A Embratel informou, em nota, que reitera sua independência operacional e financeira em relação à sua controladora, a WorldCom.
"É a WorldCom -e não a Embratel- que determina qual deve ser o tratamento contábil do resultado dos seus investimentos, incluindo a Embratel. Seja qual for essa determinação, não haverá qualquer impacto nas demonstrações contábeis da empresa", diz a nota.
Desde 2001, o balanço da Embratel não é consolidado ao da WorldCom, ou seja, o resultado da brasileira não aparece nas contas da controladora.

Tyco
Em outro caso de fraudes, desta vez envolvendo a Tyco, dois executivos pagaram fiança para poderem ser julgados em liberdade. O ex-presidente da empresa, Dennis Kozlowski pagou US$ 10 milhões e o diretor financeiro, Mark Swartz, US$ 5 milhões.


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