UOL


São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRISE NO AR

Carlos Lessa classifica de "factóides" informações de que banco emprestaria US$ 600 milhões para a empresa

BNDES descarta ajudar Varig antes da fusão

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social), Carlos Lessa, negou ontem que o banco tenha intenção de emprestar dinheiro para ajudar a Varig a superar suas dificuldades financeiras antes da fusão com a TAM.
Questionado se a Varig estaria apta a receber o dinheiro agora, depois que assinou com a TAM um contrato de associação que dá prosseguimento às negociações para a fusão, Lessa disse:
"O olho do BNDES está virado para uma nova companhia de aviação. Nós cansamos de falar isso. Na nossa avaliação, o Brasil precisa ter uma companhia de avaliação sólida, estruturada e que voe em céu de brigadeiro. Para isso, ela tem que voar a partir de suas forças, sem estar onerada pelo passado".
Ele classificou como "factóides" as informações de que o banco já estaria disposto a emprestar US$ 600 milhões à Varig. "Se eu fizesse uma sinopse do que saiu na imprensa, eu estaria enlouquecido. Vocês [jornalistas] já disseram que a gente iria aplicar US$ 100 milhões, US$ 600 milhões e até US$ 1 bilhão. Ainda não sei quanto é. Só sei que é possível criar factóides. Quem os cria eu não conheço", afirmou.
Lessa comentou também a informação de que a Varig teria alegado dificuldades financeiras para sobreviver até a data da possível fusão: "Ela [a Varig] está dizendo isso há oito meses. Esse problema não é comigo, mas com os atuais financiadores da Varig, com as empresas que financiaram aluguel de avião, com a Petrobras [por meio da BR Distribuidora] e com o Banco do Brasil".
O contrato de associação entre a Varig e a TAM, assinado na última quarta-feira, estabelece um prazo de 120 dias, prorrogável por mais 90, para que as duas partes assinem a fusão definitiva.

Chancela do Cade
A fusão, caso acordada entre as duas empresas, ainda precisará ser aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Lessa diz que o banco ainda não recebeu o documento com a proposta de fusão das duas empresas. Ele afirma que já foi constituído um grupo de trabalho para avaliar o documento e fazer sugestões. Segundo Lessa, no entanto, a forma de atuação do BNDES para viabilizar o acordo só será divulgada depois que o ministro da Defesa, José Viegas, aprovar as recomendações que ainda serão feitas por esse grupo.


Texto Anterior: Ano do dragão: IGP-10 atinge maior taxa desde abril
Próximo Texto: Queda em projetos faz banco ter sobra de até R$ 3 bi no orçamento
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.