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Médicos peritos do INSS suspendem greve
Atendimento volta ao normal hoje nos postos; ainda não está certo se os dias parados serão descontados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os médicos peritos do INSS
(Instituto Nacional do Seguro
Social) decidiram ontem suspender a greve, iniciada na sexta-feira, diante da promessa de
mais segurança nas agências de
atendimento e da revisão no
cálculo da principal gratificação que recebem. O atendimento volta ao normal hoje e
ainda não está certo se os dias
parados serão descontados.
Em votação eletrônica, cerca
de 65% dos médicos aceitaram
encerrar a paralisação. A Associação Nacional dos Médicos
Peritos, porém, não descarta
nova greve se episódios de violência voltarem a ocorrer.
"Não queremos ficar brincando de anunciar greve em cima de greve. Mas a qualquer
momento, se continuarem esses casos de violência, podemos
recrudescer o movimento,
sim", disse ontem Luiz Carlos
Argolo, vice-presidente da associação.
A insatisfação dos médicos
com as condições de trabalho e
as agressões de segurados
transformou-se em paralisação
depois do assassinato de Maria
Cristina Souza da Silva, chefe
da perícia médica de Governador Valadares (MG), na quarta-feira da semana passada. Ela
estava em seu carro, indo para o
trabalho, e foi morta com três
tiros no tórax, disparados por
um homem em uma bicicleta.
Anteontem, o Ministério Público Federal determinou que
ao menos 30% dos atendimentos não poderiam ser interrompidos, por se tratar de serviço
público fundamental.
Nas negociações, o INSS
aceitou enviar, por carta, o resultado das perícias a partir do
dia 29 deste mês; dotar as novas
unidades de atendimento de
equipamentos de vigilância e
melhor controle de segurança.
Até amanhã, o instituto também deve apresentar um estudo das agências com maior índice de ameaças e agressões
contra médicos.
"Com mais de 1.200 agências
da Previdência no Brasil, o percentual deve ser bem superior a
10%", estimou Argolo.
Gratificação
O INSS também prometeu
fazer um "expurgo" no cálculo
da Gdamp -gratificação para
os atendimentos realizados em
até cinco dias, a contar da data
do pedido.
Segundo Argolo, a conta é
prejudicada por recursos e detalhes burocráticos, e muitos
médicos podem perder o benefício se isso não for alterado.
Além disso, avaliou Argolo,
os mutirões realizados em diversos Estados não valem pontos para a gratificação, que, em
geral, dobra o valor do salário
dos médicos.
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