São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2006

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Médicos peritos do INSS suspendem greve

Atendimento volta ao normal hoje nos postos; ainda não está certo se os dias parados serão descontados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os médicos peritos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) decidiram ontem suspender a greve, iniciada na sexta-feira, diante da promessa de mais segurança nas agências de atendimento e da revisão no cálculo da principal gratificação que recebem. O atendimento volta ao normal hoje e ainda não está certo se os dias parados serão descontados.
Em votação eletrônica, cerca de 65% dos médicos aceitaram encerrar a paralisação. A Associação Nacional dos Médicos Peritos, porém, não descarta nova greve se episódios de violência voltarem a ocorrer.
"Não queremos ficar brincando de anunciar greve em cima de greve. Mas a qualquer momento, se continuarem esses casos de violência, podemos recrudescer o movimento, sim", disse ontem Luiz Carlos Argolo, vice-presidente da associação.
A insatisfação dos médicos com as condições de trabalho e as agressões de segurados transformou-se em paralisação depois do assassinato de Maria Cristina Souza da Silva, chefe da perícia médica de Governador Valadares (MG), na quarta-feira da semana passada. Ela estava em seu carro, indo para o trabalho, e foi morta com três tiros no tórax, disparados por um homem em uma bicicleta.
Anteontem, o Ministério Público Federal determinou que ao menos 30% dos atendimentos não poderiam ser interrompidos, por se tratar de serviço público fundamental.
Nas negociações, o INSS aceitou enviar, por carta, o resultado das perícias a partir do dia 29 deste mês; dotar as novas unidades de atendimento de equipamentos de vigilância e melhor controle de segurança.
Até amanhã, o instituto também deve apresentar um estudo das agências com maior índice de ameaças e agressões contra médicos.
"Com mais de 1.200 agências da Previdência no Brasil, o percentual deve ser bem superior a 10%", estimou Argolo.

Gratificação
O INSS também prometeu fazer um "expurgo" no cálculo da Gdamp -gratificação para os atendimentos realizados em até cinco dias, a contar da data do pedido.
Segundo Argolo, a conta é prejudicada por recursos e detalhes burocráticos, e muitos médicos podem perder o benefício se isso não for alterado.
Além disso, avaliou Argolo, os mutirões realizados em diversos Estados não valem pontos para a gratificação, que, em geral, dobra o valor do salário dos médicos.


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