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Venda da TIM deve ocorrer em outubro
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Telecom Italia deve
anunciar até meados de outubro próximo a venda da
TIM Brasil, empresa vice-líder no mercado nacional de
telefonia móvel.
Segundo a Folha apurou, o
desenho da operação, cujos
detalhes foram discutidos
ontem, está em fase adiantada e cumpre dois objetivos.
O primeiro, e mais importante, é permitir a entrada de
dólares no caixa da matriz
italiana, cujas dívidas preocupam analistas do setor.
O repasse da TIM Brasil
servirá também para livrar
os italianos -com problemas políticos e institucionais em seu país- da disputa
na Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações) pela
sobreposição de licenças da
TIM Brasil e da BrT GSM,
braço móvel da holding BrT
(Brasil Telecom).
O nome do comprador, segundo fontes ouvidas pela
Folha, já foi definido. Permanece, no entanto, sob sigilo para evitar querelas com a
CVM (Comissão de Valores
Mobiliários).
Ao que parece, a aposta
considerada mais cabível é a
opção da Telecom Italia pela
venda fatiada da TIM Brasil
para duas operadoras fixas,
Brasil Telecom e Telemar.
Esse modelo evitaria a luta
junto ao órgão regulador
quanto à sobreposição de licenças, uma vez que as compradoras teriam a chance de
incorporar as áreas de atuação da TIM Brasil onde elas
não mantêm negócios.
Por esse raciocínio, Brasil
Telecom, responsável pelo
Norte, Sul e Centro-Oeste, ficaria com a chamada Região
Um, relativa aos Estados do
Sudeste. A Telemar, maior
concessionária do Brasil,
consolidaria sua posição garantindo a compra das Regiões Dois e Três (abrangendo no final todo o país, inclusive São Paulo).
No páreo, a Claro, controlada pela mexicana Telmex,
também surge com chance
de compra. Tem dinheiro em
caixa e poderia embolsar algo em torno de R$ 20 bilhões
-o estimado para aumentar
sua participação no mercado
brasileiro.
Quanto às estrangeiras, a
britânica Vodafone e a China
Telecom estão cotadas. As
duas não atuam no Brasil e
têm feito prospecções de negócios na América do Sul. Os
chineses teriam a seu favor o
fato de o atual governo ser
visto com bons olhos por Pequim e de terem investido
em empresas pequenas no
território sul-americano.
Além da TIM Brasil, a Telecom Italia é dona de parte
da Brasil Telecom. O banco
JP Morgan foi encarregado
de assessorá-la. Além dos italianos, o controle da operadora divide-se entre Citigroup, fundos de pensão e o
grupo Opportunity. Nesse
caso, duas opções são tidas
como mais plausíveis: a pulverização das ações ou o aparecimento de um comprador
- seja investidor, como o
grupo Algar (leia ao lado), ou
operadora, como a Telemar.
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