São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2006

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Venda da TIM deve ocorrer em outubro

JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Telecom Italia deve anunciar até meados de outubro próximo a venda da TIM Brasil, empresa vice-líder no mercado nacional de telefonia móvel.
Segundo a Folha apurou, o desenho da operação, cujos detalhes foram discutidos ontem, está em fase adiantada e cumpre dois objetivos. O primeiro, e mais importante, é permitir a entrada de dólares no caixa da matriz italiana, cujas dívidas preocupam analistas do setor.
O repasse da TIM Brasil servirá também para livrar os italianos -com problemas políticos e institucionais em seu país- da disputa na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) pela sobreposição de licenças da TIM Brasil e da BrT GSM, braço móvel da holding BrT (Brasil Telecom).
O nome do comprador, segundo fontes ouvidas pela Folha, já foi definido. Permanece, no entanto, sob sigilo para evitar querelas com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Ao que parece, a aposta considerada mais cabível é a opção da Telecom Italia pela venda fatiada da TIM Brasil para duas operadoras fixas, Brasil Telecom e Telemar.
Esse modelo evitaria a luta junto ao órgão regulador quanto à sobreposição de licenças, uma vez que as compradoras teriam a chance de incorporar as áreas de atuação da TIM Brasil onde elas não mantêm negócios.
Por esse raciocínio, Brasil Telecom, responsável pelo Norte, Sul e Centro-Oeste, ficaria com a chamada Região Um, relativa aos Estados do Sudeste. A Telemar, maior concessionária do Brasil, consolidaria sua posição garantindo a compra das Regiões Dois e Três (abrangendo no final todo o país, inclusive São Paulo).
No páreo, a Claro, controlada pela mexicana Telmex, também surge com chance de compra. Tem dinheiro em caixa e poderia embolsar algo em torno de R$ 20 bilhões -o estimado para aumentar sua participação no mercado brasileiro.
Quanto às estrangeiras, a britânica Vodafone e a China Telecom estão cotadas. As duas não atuam no Brasil e têm feito prospecções de negócios na América do Sul. Os chineses teriam a seu favor o fato de o atual governo ser visto com bons olhos por Pequim e de terem investido em empresas pequenas no território sul-americano.
Além da TIM Brasil, a Telecom Italia é dona de parte da Brasil Telecom. O banco JP Morgan foi encarregado de assessorá-la. Além dos italianos, o controle da operadora divide-se entre Citigroup, fundos de pensão e o grupo Opportunity. Nesse caso, duas opções são tidas como mais plausíveis: a pulverização das ações ou o aparecimento de um comprador - seja investidor, como o grupo Algar (leia ao lado), ou operadora, como a Telemar.


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